O promotor luso-neerlandês de projetos de energias renováveis e infraestruturas sustentáveis Madoqua anunciou um “Corredor de Combustíveis Verdes” que liga Portugal ao Norte da Europa, formalizado pela assinatura de um Memorando de Entendimento (“MoU”) operacional, juntamente com líderes globais da indústria. O investimento total previsto para o projeto são 500 milhões de euros.

Os signatários deste Memorando de Entendimento irão combinar as suas prioridades de sustentabilidade e aplicar as suas competências coletivas para promover a descarbonização das indústrias e do sector dos transportes marítimos de difícil abate na Europa.

As partes apoiarão o desenvolvimento de infraestruturas transfronteiriças e a promoção de derivados de hidrogénio verde e de tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), com o objetivo de alcançar a independência energética europeia, assegurando o fornecimento de combustível renovável de baixo custo a partir de Portugal.

Esta colaboração inclui diversos sectores da cadeia de valor da transição energética, incluindo parceiros financeiros, operadores de terminais, instituições de I&D, empresas industriais empenhadas na descarbonização, produtores de combustíveis verdes e fornecedores de combustíveis alternativos.

O investimento total previsto para o projeto é de 500 milhões de euros e a infraestrutura de exportação constitui uma parte fundamental da operacionalização do corredor de combustíveis verdes nas duas fases previstas para o desenvolvimento da instalação de exportação em Sines.

Além da Madoqua, os signatários do MoU incluem mais de duas dezenas de entidades portuguesas e estrangeiras. Entre as empresas e instituições portuguesas incluem-se o Porto de Sines e a Associação Empresarial de Sines, a Secil, a REN, a FLOENE, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, a BDO Incentives e a MadoquaPower2X.

As instituições internacionais signatárias do MoU são os Portos de Roterdão e de Duisburgo (Duisport), a CIP – Copenhagen Infrastructure Partners, os bancos ING e MUFG, os operadores de terminais Tepsa e Chane, as empresas de transportes marítimos MOL e NCL, a empresa agroalimentar Cargill, a Hyperion Renewables, a Proton Ventures, a KBR, a Thyssen Krupp, a Siemens, a NRW.Energy4Climate (agência estatal para a energia e a proteção do clima na Renânia do Norte-Vestefália), e a finlandesa Horisont Energi.

A colaboração na cadeia de valor surge na sequência da assinatura da Declaração Conjunta de Intenções para o desenvolvimento deste Corredor Verde entre os governos da Alemanha, Renânia do Norte-Vestefália e Portugal, e entre a Madoqua e os portos de Sines (APS), Roterdão (POR) e Duisburgo (Duisport), nos passados dias 4 e 5 de novembro de 2024, respetivamente.

Este MoU procura pôr em ação os acordos a nível governamental e portuário, reiterando a importância de todas as partes interessadas (públicas e privadas) no avanço dos objetivos climáticos da União Europeia e no desenvolvimento da indústria global de combustíveis verdes.

A Madoqua está também a desenvolver um projeto de derivados de hidrogénio verde em grande escala em Portugal para produzir amoníaco verde e e-metanol, bem como o Terminal de Combustíveis Verdes da Madoqua, infraestrutura necessária para permitir o sucesso deste corredor verde. Esta instalação irá armazenar, gerir e abastecer combustíveis alternativos no porto de Sines, com acesso livre e operado com recurso a energias renováveis.

Marloes Ras, Chief Commercial Officer da Madoqua, comentou a propósito que “a transição energética é uma jornada na qual as parcerias são fundamentais para o sucesso. A nossa recente colaboração nos portos foi concebida para tornar esta abordagem uma realidade. O desenvolvimento de instalações de nova geração centradas na produção de e-fuels é apenas uma peça do puzzle do corredor integrado de combustíveis verdes. Uma quantidade significativa de infraestruturas portuárias, de serviços de abastecimento de combustível e de transporte existentes tem de ser readaptada, expandida ou construída de raiz para satisfazer a procura futura de e-fuels por parte da indústria naval e do setor industrial.”