Os responsáveis pelas áreas de compras devem preparar-se para um ano de transformação no que respeita as principais categorias de despesas diretas. Esta é a visão “GEP Spend Category Outlook Report 2025”, segundo o qual as pressões de sustentabilidade e as mudanças regulatórias vão obrigar as empresas a redefinir as estratégias de procurement.

Acresce que as tensões geopolíticas e os desafios climáticos vão, muito provavelmente, aumentar a volatilidade dos mercados, requerendo cadeias de abastecimento mais ágeis e resilientes.

Além disso, de acordo com o relatório da empresa de desenvolvimento de soluções tecnológicas, o investimento em tecnologias e em parcerias será crítico para as empresas controlarem custos e ganharem vantagem competitiva.

O estudo debruça-se sobre setores como os dos químicos, dos metais, da agricultura e das embalagens.

No caso da indústria química, sustenta que, em 2025, um dos principais desafios será o da sustentabilidade como fator competitivo, muito por via do regulamento europeu sobre a desflorestação. Isto porque vai aumentar a procura por bioquímicos, o que é particularmente desafiante na produção automóvel e farmacêutica.

A par disso, a instabilidade geopolítica vai salientar a necessidade de cadeias de abastecimento mais regionais, com a GEP a considerar que ferramentas como a Inteligência Artificial serão essenciais para a gestão de riscos e otimização das estratégias de inventário.

Olhando para os metais, o relatório identifica que este mercado continuará a sofrer o impacto da transição energética, dos objetivos de sustentabilidade e das mudanças geopolíticas.

No que toca a energia verde, está a impulsionar a procura por cobre, lítio e metais raras, essenciais para os veículos elétricos e infraestruturas renováveis. As equipas de procurement devem, neste cenário, assegurar contratos de longa duração e explorar estratégias de ponta para gerir os custos e os riscos de abastecimento.

Ainda em matéria de sustentabilidade, a reciclabilidade vai ganhar mais importância, devendo as empresas avaliar a exequibilidade de integrarem materiais reciclados, sem comprometer a qualidade.

Em relação ao setor agrícola, 2025 será moldado pela imprevisibilidade climática, pela procura de biocombustível e pelas influências geopolíticas.

Assim, é expectável que mercados como os do trigo e do arroz continuem voláteis, com restrições às exportações. Expectável é também que o aumento da produção de biocombustível restrinja os mercados do milho, sublinhando a importância de acordos de fornecimento proativos.

Segundo o relatório, as equipas de procurement devem dar prioridade a parcerias com fornecedores que pratiquem uma agricultura regenerativa, de modo a aumentar a resiliência climática e atingirem as metas de sustentabilidade.

Finalmente, a indústria de embalagens: o motor da mudança continuará a ser a sustentabilidade, com inovações em materiais recicláveis que substituam o plástico, mas também com investimento em soluções à base de fibras e de vidro de baixo peso.

Em conclusão, a GEP sustenta que, face a estes desafios, em 2025, a sustentabilidade e a resiliência já não serão opcionais, mas, sim, fundamentais para o sucesso.