O mercado de industrial e logística cresceu 36% em 2024, face ao ano anterior. Mas, de acordo com a Cushman & Wakefield, manteve uma representatividade reduzida nos investimentos em imobiliário, com apenas 5% do valor total, num volume de 100 milhões de euros.

Entre janeiro e setembro, foram transacionados 513.400 m², com este período a ficar 19% acima do total anual de 2023.

Entre os negócios que impulsionaram este crescimento está o da futura unidade industrial da Coloplast em Felgueiras, que será a maior da multinacional dinamarquesa, e cuja construção começou em meados de 2024, num investimento de 100 milhões de euros. Seguiram-se os arrendamentos da Torrestir e dos CTT no recém-inaugurado Benavente Logistics Park, somando 73.000 m².

A taxa de desocupação no mercado logístico da Grande Lisboa situou-se nos 4,6%, refletindo, segundo a consultora, a escassez de oferta de qualidade. Assim, entre janeiro e setembro de 2024 foram concluídos 340.100 m², dos quais dois terços localizados na Grande Lisboa. Adicionalmente, encontram-se atualmente em construção 277.400 m² de espaços logísticos em Portugal, com mais de metade dessa área já com ocupação assegurada. A maior parte da construção concentra-se na mesma região (115.400 m²) e no Ribatejo (80.000 m²).

No que toca às perspetivas para 2025, a Cushman & Wakefield adianta que, no setor industrial e logística, os ocupantes continuam a procurar localizações cada vez mais funcionais, estando dispostos a pagar um valor mais elevado para localizações estratégicas.

Nora ainda que o crescimento do comércio eletrónico está também a impulsionar operações logísticas, especialmente na procura de armazéns urbanos.

E realça que Portugal está a ser visto como um destino atrativo para a instalação de indústrias e logística, por parte de empresas que procurem relocalizar a produção na Europa e reduzir os riscos de interrupção na cadeia de abastecimento.

Numa análise global, estima que, em 2024 o volume de transações de investimento em imobiliário de rendimento se tenha situado nos 2.170 milhões de euros, um aumento de 28% face ao ano anterior e que teve particular expressão no segundo semestre. O retalho agregou metade do volume investido, seguido da hotelaria, que representou perto de um quarto do total.