A Coreia do Sul atingiu, em abril, um valor recorde de 90.000 KRW (cerca de 59 euros) por cada 10kg, devido, em parte, aos danos do frio que o país sentiu no início do ano. Isto levou a que se cunhasse a expressão “appleflation” (inflação da maçã), devido ao aumento dos preços destes frutos.

Ainda assim, as maçãs permaneceram presentes nas casas coreanas, com grande procura, devido à cultura local. Durante o Ano Novo Lunar e Chuseok (dia de ação de graças coreano) as maçãs são uma fruta obrigatória, e a secção premium geralmente esgota rapidamente, apesar dos preços elevados. A procura é também influenciada pela tradição coreana Hongdongbaekseo, em que são oferecidos alimentos, colocando os vermelhos no lado leste da mesa do ritual, e os brancos a oeste.

A AICEP destaca que a época de colheita da maçã coincide com o Chuseok, um dos picos de procura deste fruto na Coreia do Sul, representando uma oportunidade para as exportações nacionais, através de um fornecimento atempado.

O governo coreano está a rever a possibilidade de permitir a importação de maçãs provenientes de 11 países, entre os quais se encontra Portugal, para fazer face à demanda.

Segundo avançou a agência, o mercado coreano demonstra uma preferência por maçãs com altos níveis de doçura, segundo o grau Brix, havendo também um aumento de procura por maçãs sem caules. “Estas características alinham-se bem com o perfil de sabor das maçãs portuguesas, solidificando ainda mais o seu potencial de mercado”, destaca a AICEP.

Normalmente, a aprovação de importação leva entre sete e oito anos, devido a regulamentações rigorosas, porém, a fonte considera que os altos preços domésticos da maçã poderá levar a que o processo seja mais célere, dando o exemplo da importação de cerejas para a China, que demorou apenas três anos, devido à procura do mercado.