Hendrik Venter, CEO da DHL Supply Chain EMEA, analisa a evolução das cadeias de abastecimento à medida que entramos em 2025. Num cenário marcado por desafios económicos, avanços tecnológicos e uma crescente exigência por sustentabilidade, a resiliência e a adaptação tornam-se imperativas. Para manter a competitividade, as empresas precisam de diversificar estratégias, adotar novas tecnologias e reforçar a eficiência logística num mercado em constante transformação.
À medida que entramos em 2025, as cadeias de abastecimento globais continuam a evoluir num cenário caracterizado por incertezas e oportunidades. A resiliência e a adaptação tornam-se imperativas num ambiente moldado por avanços tecnológicos, mudanças nos comportamentos dos consumidores e uma crescente exigência por sustentabilidade. O setor enfrenta desafios significativos, mas também dispõe de ferramentas e estratégias que podem garantir a sua competitividade e eficiência.
Tendências macroeconómicas e impacto nas cadeias de abastecimento
A conectividade global mantém-se robusta, contrariando previsões de uma crescente regionalização. O comércio doméstico continua a ter um peso superior ao comércio internacional, demonstrando a importância de estratégias adaptadas a diferentes mercados. No entanto, a instabilidade geopolítica, com conflitos prolongados em várias regiões, contribui para um ambiente económico desafiante, marcado por inflação elevada, taxas de juro voláteis e flutuações nos preços dos combustíveis.
A diversificação das fontes de abastecimento surge como uma resposta estratégica à instabilidade. Embora a China permaneça um ator central no comércio global, muitas empresas procuram reduzir a dependência de um único mercado, explorando alternativas na Ásia-Pacífico, América Latina e outras regiões emergentes. Este movimento visa aumentar a resiliência, mas também exige uma gestão logística mais sofisticada e integrada.
A crescente adoção da externalização logística
A complexidade crescente das cadeias de abastecimento leva muitas empresas a considerarem a externalização logística como uma solução não apenas estratégica, mas essencial. A colaboração com operadores logísticos especializados permite às empresas otimizar processos, incorporar inovação tecnológica e adaptar-se rapidamente a variações na procura. Em 2025, esta tendência deverá intensificar-se, refletindo a necessidade de maior flexibilidade e eficiência operacional.
Sustentabilidade: uma exigência crescente
A sustentabilidade consolidou-se como uma prioridade para empresas e consumidores. A regulação ambiental, a pressão de investidores e as expectativas dos clientes impulsionam a procura por cadeias de abastecimento mais sustentáveis. Desde a descarbonização do transporte até à eletrificação das operações e à implementação de tecnologias para melhorar a eficiência energética, as empresas enfrentam o desafio de equilibrar competitividade e compromisso ambiental.
O mercado logístico em Portugal
Nos últimos anos, o mercado logístico português registou uma transformação notável e sem precedentes. O crescimento do e-commerce e a necessidade de aumentar a eficiência das cadeias de abastecimento resultaram numa forte procura por espaços logísticos modernos e bem localizados.
De acordo com o estudo recente “Portugal Logistics Market”, as infraestruturas de qualidade são vistas como um fator chave, especialmente aquelas que cumprem os rigorosos critérios de sustentabilidade e métricas ESG.
Principais fatores de investimento
Portugal destaca-se como um destino atrativo para investimentos no setor logístico, graças a um conjunto de fatores estratégicos. A sua localização geográfica privilegiada facilita as operações logísticas a nível global, tornando o país um ponto de ligação crucial entre continentes. Além disso, os investimentos contínuos em infraestruturas, incluindo portos, redes ferroviárias e autoestradas, têm melhorado significativamente a conectividade e a eficiência do setor.
Outro elemento decisivo é a competitividade dos custos laborais, com um mercado que oferece profissionais qualificados a valores atrativos para investidores. A disponibilidade e os custos de energia também representam uma vantagem, uma vez que Portugal está entre os dez países da União Europeia com tarifas de eletricidade mais competitivas, reduzindo os encargos operacionais das empresas.
Por fim, o compromisso com a sustentabilidade tem assumido um papel central. A crescente adoção de práticas ecológicas e o cumprimento das normas ESG tornam o mercado logístico português ainda mais apelativo para investidores preocupados com o impacto ambiental.
Critérios essenciais na escolha de um parceiro logístico
Num cenário de crescente complexidade e exigência, a escolha de um parceiro logístico confiável pode determinar o sucesso das empresas. Para garantir um serviço eficiente e competitivo, é essencial considerar três fatores-chave. Em primeiro lugar, a capacidade de adaptação e o alcance global da empresa, que permitem responder rapidamente a mudanças geopolíticas e comerciais.
A inovação tecnológica surge como um segundo critério fundamental, com a adoção de inteligência artificial, robótica e digitalização a otimizar processos e a aumentar a eficiência operacional.
Finalmente, o compromisso com a sustentabilidade é um fator incontornável, garantindo o cumprimento das regulamentações e atendendo às exigências do mercado por cadeias de abastecimento mais responsáveis.
Perspetivas para o futuro
As cadeias de abastecimento de 2025 enfrentam desafios complexos, mas também apresentam oportunidades para inovação e crescimento sustentável. A diversificação, a adoção de novas tecnologias e a externalização logística são estratégias fundamentais para enfrentar um futuro dinâmico e em constante transformação.
Empresas que souberem antecipar tendências e adaptar-se rapidamente terão vantagens competitivas significativas num mercado cada vez mais exigente.
Hendrik Venter, CEO | DHL Supply Chain EMEA