A ascensão do ESG (Environmental, Social, and Governance) está a transformar o mercado de trabalho em Portugal, especialmente nos setores industrial e logístico. À medida que as empresas enfrentam novas exigências regulatórias e de mercado, torna-se evidente que a sustentabilidade não é apenas uma questão de estratégia corporativa – é também um desafio de recrutamento.
A procura por profissionais com competências em sustentabilidade, procurement responsável e compliance ambiental está a crescer rapidamente, mas a oferta de talento ainda é limitada. Empresas que querem integrar o ESG precisam de investir no recrutamento de quadros qualificados e na formação e retenção de talento interno. Sem as pessoas certas, qualquer estratégia ESG fica comprometida.
Além disso, a própria mentalidade dos candidatos está a mudar. Profissionais qualificados já não procuram apenas estabilidade financeira, mas também empresas com propósito e impacto positivo. Organizações que incorporam o ESG de forma genuína não só atraem clientes e investidores, mas também se tornam mais apelativas para atrair os melhores candidatos.
Por outro lado, a falta de clareza que ainda existe sobre as funções ESG dentro das empresas pode dificultar o recrutamento. Muitas organizações ainda não definiram bem os papéis e responsabilidades nesta área, tornando os processos de seleção menos eficazes. Criar descrições de função claras e demonstrar um compromisso real com a sustentabilidade pode ser um diferencial na atração de candidatos.
O ESG não é apenas um desafio estratégico, é igualmente uma mudança que exige um novo mindset no recrutamento. As empresas que souberem adaptar-se e investir nas pessoas certas estarão mais bem preparadas para liderar esta transformação e garantir competitividade no futuro.
Filipe Forte, Senior Manager | Michael Page