A Polícia Judiciária (PJ) está a levar a cabo, desde a manhã de ontem, terça-feira, a operação “Porthos”, uma megaoperação de combate à corrupção e ao tráfico de droga. A investigação tem como alvos funcionários da Autoridade Tributária (AT) nas alfândegas, suspeitos de facilitarem a entrada de grandes quantidades de cocaína em Portugal, provenientes de organizações criminosas da América do Sul.
Segundo informações avançadas pela CNN Portugal e confirmadas pela PJ, os suspeitos recebiam subornos de grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital (PCC), do Brasil, e cartéis da Colômbia. Estes funcionários permitiam a saída de contentores com toneladas de cocaína dos portos, por via terrestre, em camiões.
A PJ explica, em comunicado, que “estas organizações criminosas usam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de produtos estupefacientes no continente europeu, dissimulados em diversos produtos acondicionados em contentores”. Em causa poderão estar crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais.
A operação “Porthos” é conduzida em parceria com entidades internacionais e no âmbito de um inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Mobilizou 150 inspetores da PJ e ocorreu na área metropolitana de Lisboa, em Setúbal, Sines e Leiria, sendo acompanhada por quatro magistrados do Ministério Público.
Mais de uma dezena de suspeitos estão sob investigação, num caso que expõe a vulnerabilidade dos portos portugueses ao narcotráfico internacional. As autoridades continuam a desenvolver diligências para apurar toda a dimensão da rede criminosa e deter os responsáveis, na sequência de uma investigação que teve início há dois anos.