O Conselho de Administração da APS (Administração dos Portos de Sines e do Algarve), composto por José Luís Cacho, Fernanda Albino e Duarte Lynce de Faria, terminou o seu mandato em dezembro de 2024, após oito anos desde a sua nomeação, e aguardava um sucessor. Pedro do Ó Ramos, ex-secretário de Estado do Mar do PSD/CDS, foi recentemente apontado pelo Governo como sucessor de José Luís Cacho, e deverá ser anunciado oficialmente e iniciar funções ainda hoje.

O futuro presidente da APS conta com um background relacionado com o mar, tendo sido eleito em várias legislaturas e marcado presença na comissão permanente de Agriculturas e Pescas e da Agricultura e do Mar. O responsável é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa em 1997, e já foi orador em diversas conferências sobre agricultura e mar.

Em 2016, quando tomou posse a administração de José Luís Cacho, o Porto de Sines apresentava uma movimentação recorde de 51,2 milhões de toneladas movimentadas, mais 7,2 milhões de toneladas (+16,4%), do que no período homólogo. Oito anos depois, a APS já se encontra no top 15 dos maiores portos europeus de contentores, tendo em 2024 movimentado um total de 47,8 milhões de toneladas, (+11% do que em 2023), mas cresceu na carga contentorizada, tendo esta registado “o melhor ano de sempre”.

Quando a administração iniciou funções, o Terminal XXI tinha ultrapassado, pela primeira vez, a marca dos 1,5 milhões de TEU, encontrando-se hoje nos 1,9 milhões, e com fortes investimentos neste segmento. Até 2028, com a expansão da capacidade do Porto de Sines, a capacidade do porto aumentará para os 4,1 milhões de TEU.

“Sines é hoje um porto mais competitivo à escala mundial, na vanguarda da inovação e digitalização do negócio portuário e da cadeia logística, mantendo a aposta na sustentabilidade ambiental e energética”, aponta a APS em comunicado.

A administração destaca o papel das empresas da comunidade portuária, que contribuíram para os resultados atingidos pelo Porto de Sines, e considera que “este mandato ficou caracterizado por um forte empenho por parte desta administração na coordenação de todos os stakeholders, públicos e privados, posicionando-se o porto como o orquestrador de sinergias estratégicas entre os parceiros da sua comunidade portuária”.

Durante este mandato destacou-se o reforço da competitividade do porto, tendo contribuído para o aumento de soluções de conectividade aos principais mercados mundiais às empresas localizadas no seu hinterland. Para além da captação de novas cargas ibéricas, destacou-se também o Plano de Inovação e Digitalização, que impulsionou projetos como a Janela Única Portuária (JUP) e a Janela Única Logística (JUL), que iniciou em outubro de 2020, a Agenda NEXUS, a principal ferramenta para a concretização deste plano. No seguimento deste projeto, foi também inaugurada a Port Cyber Arena, um projeto portuário único, que procura detetar falhas internas de cibersegurança e reforçar as suas defesas.

Ao longo destes últimos anos, a APS reforçou o seu investimento na descarbonização do porto e na sustentabilidade energética, com vista a atingir a sua neutralidade até 2050. Foi criado um projeto que envolveu a construção de uma nova subestação para o fornecimento de energia elétrica dentro do Porto de Sines, preparando-o para futuras operações suportadas pela eletrificação, esperando-se um crescimento acentuado destas, face às tendências atuais, ao nível dos volumes de carga movimentada.

“Convém realçar a crescente internacionalização do porto nos últimos oito anos. Parcerias estruturantes em projetos internacionais, tais como a Global Gateway da União Europeia, que colocam Sines na dinâmica dos Corredores Verdes e Digitais, têm vindo a contribuir para o reforço da marca ‘Porto de Sines’, cada vez mais reconhecida no shipping internacional. Parcerias com Roterdão, Singapura, bem como alguns dos principais portos brasileiros, são alguns dos exemplos do importante trabalho traçado no capítulo da cooperação internacional”, destaca ainda a administração.

Relativamente aos portos do Algarve, a APS salienta o processo da transferência de competências de áreas sem vocação portuária para os municípios de Faro e Portimão.

“O Conselho de Administração que agora cessa funções, fá-lo com o sentido de dever cumprido, e com a sentida homenagem e agradecimento a todos quantos contribuíram para que, passo a passo, conseguíssemos elevar o nome de Sines além-fronteiras”, conclui a administração.