A implementação por parte da Administração de Donald Trump de tarifas sobre as importações de alguns produtos provenientes do México, Canadá (+25%) e China (+20%), está a gerar uma onda de preocupação entre os distribuidores de calçado norte-americanos.

O presidente e diretor-executivo da Associação de Distribuidores de Calçado da América (FDRA), Matt Priest já manifestou profunda preocupação “com a decisão de duplicar as taxas de tarifas e impor novas tarifas sobre as importações do México e Canadá. Essas tarifas funcionam como impostos, aumentando os custos do calçado, o que afetará significativamente as famílias e empresas americanas”.

De acordo com os dados disponibilizados pela FDRA, as vendas de calçado nos Estados Unidos já começaram a ser impactadas, com uma queda de 26,2% na última semana de fevereiro. “Essa queda acentuada não é apenas uma flutuação típica do ciclo económico; é uma indicação clara de uma mudança no comportamento e no sentimento dos consumidores, ligada ao aumento contínuo da inflação, que prossegue em ritmo crescente, juntamente com as preocupações de que as novas tarifas implicarão novos aumentos dos custos”, defendeu Priest.

De acordo com World Footwear, em 2023 os EUA importaram 1986 milhões de pares de calçado, no valor de 26.483 milhões de euros. China (60%), Vietname (23%) e Indonésia (6%) detém em conjunto uma quota de mercado próxima dos 90%. Dados preliminares, apontam para que as importações norte-americanas tenham aumentado 6% em 2024.

Quanto a Portugal, atualmente, os Estados Unidos são o 6.º mercado de destino do calçado português. Em 2024, Portugal exportou dois milhões de pares para aquele país, num valor próximo dos 98 milhões de euros. Na última década, as exportações portuguesas de calçado para o mercado norte-americano aumentaram 44,8%.