A Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca – manifestou a sua profunda preocupação com o impacto que uma nova tarifa de 20% sobre exportações da União Europeia para os Estados Unidos poderá ter sobre a indústria e as cadeias de abastecimento europeias. A medida, anunciada unilateralmente pelo Governo norte-americano, é vista como uma ameaça direta à competitividade do setor e ao bom funcionamento do mercado único da UE.
Na sua tomada de posição, a Centromarca sublinha os riscos acrescidos num cenário global já marcado por instabilidade e disrupções logísticas. Com 39% da produção europeia de bens de consumo a ser exportada, qualquer agravamento tarifário compromete seriamente os fluxos comerciais e operacionais transatlânticos.
“A introdução destas tarifas coloca uma pressão adicional sobre cadeias de abastecimento que já operam num ambiente volátil e incerto,” destaca a Centromarca, alinhando-se com a AIM – Associação Europeia de Marcas – na defesa de soluções diplomáticas para evitar uma escalada nas tensões comerciais.
Num setor onde a agilidade e a coordenação são essenciais, apela à Comissão Europeia e aos Estados-Membros para que reforcem a proteção do mercado interno, eliminem barreiras comerciais e priorizem estratégias legislativas orientadas para a gestão de crises. Com 276 mil milhões de euros em bens a circular anualmente dentro da UE, a integridade do mercado único é crucial para garantir resiliência e eficiência nas cadeias de valor.
Nuno Fernandes Thomaz, Presidente da Centromarca, apelou à ação diplomática: “Espera-se que o nosso Governo e a Comissão Europeia possam dar prioridade à diplomacia e encontrem soluções benéficas que previnam danos maiores para os consumidores, as marcas e a competitividade do setor.”
Michelle Gibbons, Diretora-Geral da AIM, reiterou o compromisso das marcas com os consumidores europeus, sublinhando que, mesmo perante desafios como a pandemia, a guerra na Ucrânia e a inflação, a indústria tem mantido o seu apoio incondicional à sociedade.
