Os Estados-membros da União Europeia (UE) aprovaram hoje, 9 de abril de 2025, a primeira ronda de medidas de retaliação contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço, alumínio e automóveis europeus. Estas contramedidas incluem tarifas de 25% sobre uma variedade de produtos norte-americanos, abrangendo motocicletas, produtos agrícolas como soja e carne, têxteis, tabaco e gelados, afetando bens no valor de 21 mil milhões de euros.
A decisão surge em resposta às tarifas de 25% impostas pela administração de Donald Trump sobre o aço, alumínio e automóveis europeus, bem como tarifas adicionais de 20% sobre quase todos os outros bens europeus. A proposta da Comissão Europeia recebeu luz verde de 26 países, com a Hungria a votar contra.
As contramedidas europeias serão implementadas em três fases: a primeira a 15 de abril, seguida de novas tarifas a 16 de maio e 1 de dezembro. Esta abordagem faseada permite à UE ajustar as medidas conforme a evolução das negociações com os EUA.
Para mitigar possíveis conflitos, a UE decidiu excluir produtos como bourbon americano da lista inicial de tarifas, após preocupações levantadas por países como França e Itália sobre possíveis represálias adicionais por parte dos EUA.
A Comissão Europeia enfatizou que estas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com uma solução negociada justa e equilibrada. Esta posição reflete a intenção da UE em resolver a disputa comercial através do diálogo, minimizando o impacto nas cadeias de abastecimento e nos consumidores.
Estas medidas sublinham a determinação da UE em proteger os seus interesses económicos e responder de forma proporcional às ações comerciais dos EUA, enquanto mantém a porta aberta para futuras negociações que possam pôr fim à atual guerra de tarifas.
Portugal está a acompanhar o tema
Luís Montenegro afirma que a resposta de Portugal está em andamento, e que o governo está a acompanhar o tema e “em diálogo permanente com a Comissão Europeia”. Amanhã, dia 10 de abril, ocorrerá um Conselho de Ministros dedicado ao tema da guerra comercial de modo a ser tomada, ou não, uma posição, não tendo sido para já avançado nenhum detalhe concreto.
Durante um discurso em que participou sobre inovação e digitalização, o primeiro-ministro cessante sublinhou ainda que “a Europa não pode ficar para trás, a olhar e a contemplar, os avanços dos EUA e da China, porque daqui a algum tempo é também no domínio da Inteligência Artificial que vamos continuar a estar dependentes de outras potências quando houver tensões a nível económico, estratégico e geopolítico. Portugal tem de fazer a sua parte”.
Enquanto isso, o governo está a preparar um plano de apoio às empresas afetadas pelas tarifas norte-americanas. As associações empresariais pedem medidas rápidas. Os Ministérios da Economia, Negócios Estrangeiros e das Finanças reuniram com mais de 20 associações para estudar medidas de apoio aos setores afetados, com medidas que vão desde facilitar créditos, incentivo às exportações, apoio à internacionalização ou desburocratização para aumento da produtividade das empresas.