A edição de março da SCM propôs-se tomar o pulso à liderança feminina nos transitários, dando voz a seis mulheres que estão à frente do negócio, num exercício coletivo para saber até que ponto são exceção ou um sinal de que a mudança está a acontecer.
No mundo empresarial, a nível global, apenas 30% dos cargos são ocupados por mulheres, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho. E, a nível europeu, Portugal ocupa o 11.º lugar no que toca à presença feminina em conselhos de administração.
Na logística, e mais uma vez dados internacionais, as mulheres representam cerca de 24% da força de trabalho, mas faltam os números que mostrem quantas desempenham funções de topo.
O caminho está, no entanto, a ser percorrido, com 37% das empresas dos transportes e supply chain inquiridas pelo Fórum Económico Mundial a adotarem medidas para promover a diversidade da força laboral. Uma ideia corroborada por 56% dos trabalhadores logísticos ouvidos pela Women in Trucking Association.
É de mudança que falam as seis mulheres ouvidas nesta edição: Paula Lopes, diretora de carga aérea na Abreu Logistics; Paula Soares, CEO da Justlog; Paula Dias, CEO da Robert Kukla Portugal; Luísa Sousa, managing director da NVOxpress; Ana Luísa Moreira, diretora-geral adjunta da Porlogis; e Vera Auer, diretora executiva da Alvatrans. Coincidem na análise de que é preciso continuar a combater os estereótipos e a derrubar barreiras, e na convicção de que a inclusão é necessária para a modernização das empresas. Do mesmo modo, coincidem na certeza de que as mulheres aportam valor às empresas, desde logo porque a competência e a resiliência não têm género, mas também porque as mulheres possuem uma abordagem mais colaborativa que beneficia os negócios. Partilham igualmente uma outra certeza: a de que, apesar do impulso em curso, ainda há um caminho a percorrer até à paridade num setor que é tradicionalmente masculino.
Pode ler este artigo na íntegra na edição 61 da SCM, aqui.