As tarifas aduaneiras impostas pelos EUA, às quais a Comissão Europeia (CE) já respondeu, estão a fazer novas vítimas. Paulo Amorim, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE) anunciou ontem que “os EUA pararam as encomendas de vinhos portugueses e de vinhos da Europa”, segundo avançou o Jornal de Notícias.
As exportações portuguesas de vinho terminaram 2024 com um valor de 965,8 milhões de euros, um crescimento de 4,46% face ao ano anterior, o equivalente a cerca de 38 milhões de euros. Os EUA representaram 102,1 milhões de euros nesse ano, valor que está agora em suspenso, e que afastam o setor do seu objetivo de atingir os 1.000 milhões de euros em exportação.
“A incerteza é terrível e com a incerteza a cadeia de distribuição nos Estados Unidos parou as encomendas de vinhos portugueses e de vinhos da Europa e, portanto, neste momento estamos a enfrentar um problema terrível e não estamos a conseguir vender”, afirmou o presidente da associação à fonte, temendo que a maior parte do prejuízo passe para os produtores de vinho, reforçando ser uma “injustiça gigantesca”.
Paulo Amorim destacou que, de modo a “promover o vinho português de uma forma mais dinâmica”, é necessário “um novo plano Porter”, referindo-se ao modelo criado pelo economista Michael Porter na década de 70, utilizado para avaliar a competitividade das empresas.
O anúncio do presidente da ANCEVE foi dado após uma reunião referente às tarifas anunciadas por Donald Trump, na qual estiveram presentes outras 16 associações setoriais e os ministros da Economia e da Agricultura e Pescas.