Após vários anos a trabalhar no Intermarché enquanto piloto de fluxos, analista de dados e responsável de fluxos logístico e, posteriormente, na Jerónimo Martins enquanto logistics planning control e logistics manager, Nelson Dinis regressa à insígnia francesa, desta vez para desempenhar a função de national logistics operations manager.
À SCM, o profissional conta que as expectativas são elevadas, não só por ser um Grupo [Mosqueteiros] que já conhece, mas também pelas responsabilidades que tem a seu cargo. “É um desafio que irá, certamente, colocar à prova toda a experiência acumulada nos últimos anos – visto que a logística está em constante mutação -, havendo ainda as ambições do Grupo, a materialização da visão idealizada pelo mesmo, e o objetivo de o tornar ainda mais competitivo nos setores onde está inserido.”
Nesta nova fase profissional, Nelson Dinis tem como principais objetivos ajudar a tornar o Grupo mais competitivo, de forma a torná-lo na sua melhor versão, e, de uma perspetiva mais pessoal, evoluir enquanto profissional. “Felizmente tenho comigo uma equipa bastante capaz, focada no objetivo comum que passa por dar o melhor serviço às nossas lojas e, por consequente, aos nossos clientes”, afirma.
Quando questionado sobre o panorama atual dos setores da logística e da supply chain, o national logistics operations manager indica que ambas as áreas estão em “constante mutação”, e que terão de se reestruturar para dar resposta aos novos desafios que vão surgindo. Essencialmente, acredita que terá de haver uma “constante sinergia entre a logística e a supply chain”.
“No caso da logística, vamos a meio de um processo de digitalização em que ainda é necessário interligar o mesmo à atividade do setor. Assim, urge a necessidade de convergir o melhor da digitalização para servir ao máximo a componente humana (cada vez mais difícil de reter) na operação, tornando-a mais eficiente, reduzindo os tempos de espera e melhorando a produtividade.” Acrescenta que a Inteligência Artificial (IA) é uma “ajuda bastante interessante e necessária”, bem como a automação de tarefas, ainda que devam ser adaptadas à escala de cada operação.
Na área da supply chain, considera que os acontecimentos mais recentes têm vindo a reforçar a necessidade de uma cadeia mais ágil e resiliente. “No fundo, o panorama atual é bastante desafiante porque as necessidades e exigências do consumidor são cada vez mais diversas. No que diz respeito ao tempo de resposta desejado – cada vez mais curto -, o consumidor já ultrapassou a fase em que conhece o que deseja, estando já numa fase em que o quer disponível na hora.” Nelson Dinis considera que este será o próximo desafio de ambas as áreas: como corresponder às necessidades do consumidor sem comprometer os custos da operação e a sua sustentabilidade.
Tendo em conta o cenário volátil e incerto, perante os desafios, o profissional acredita que ter uma equipa “capaz e multidisciplinar” é essencial para alcançar o sucesso e superar os constantes desafios do setor. Destaca ainda a importância de um bom planeamento que permita antecipar acontecimentos, ter a melhor informação disponível num curto espaço de tempo, criar standards que permitam às equipas serem mais eficientes aliando essas operações aos meios digitais, e ainda construir uma relação de cooperação com os diferentes intervenientes da cadeia de abastecimento.
“Acredito que a logística, se for focada em processos ágeis, tem um peso enorme na qualidade de vida das pessoas, sendo uma parte essencial de qualquer negócio. Com as minhas equipas, o que me motiva é arranjar novos métodos que tornem o dia a dia mais fácil, ou seja, como posso ajudá-las a serem mais produtivas usando o menor esforço associado a cada tarefa, pois esse é o princípio para melhorar a nossa performance e, consequentemente, apresentar melhores resultados enquanto Grupo”, afirma Nelson Dinis.