Os grandes retalhistas converteram-se à Inteligência Artificial em 2018, mas ainda sem aproveitarem todas as possibilidades oferecidas pela nova tecnologia. A conclusão é do Capgemini Research Institute, num estudo conduzido a nível mundial e que revela que os esforços neste âmbito estão apenas focados na área das vendas e marketing, deixando de parte várias funcionalidades.
O “Retail superstars: How unleashing AI across functions offers a multi-billion dollar opportunity” adianta também que existe um potencial de mais de 300 mil milhões de dólares para os retalhistas que souberem alargar o âmbito das actuais iniciativas de IA. O mesmo estudo revela como principais conclusões que cerca de 28% dos distribuidores já têm implementados projectos de IA; as implementações de IA têm vindo a criar mais postos de trabalho (68%) e eliminado poucos (25%); o impacto da IA revela menos reclamações (-15 %) por parte dos clientes e mais vendas; apenas uma minoria de empresas do sector retalho beneficia de poupanças futuras disponíveis com a utilização da IA; implementações têm vindo a ser demasiado complexas e pouco centradas no cliente; os distribuidores estão mais realistas quanto ao nível de preparação para a implementação, e, finalmente, alertam que a IA tem um enorme potencial quando aplicada às operações e “actualmente só 26% dos casos estão focados nas operações”.
“Ao longo de 2018, os grandes distribuidores tomaram consciência das oportunidades oferecidas pela IA, bem como da necessidade de se prepararem para a sua implementação, que é, de resto o seu próximo grande objectivo. No entanto, as empresas deste sector devem ter atenção para não concentrarem os seus esforços num único objectivo (o retorno do investimento) sem terem em conta o quão relevante é a experiência do cliente neste contexto. O nosso estudo demonstra a existência de um desequilíbrio evidente nas prioridades que presidem a uma implementação de IA: optimização dos custos, dados e retorno do investimento são claramente privilegiados em detrimento da experiência do cliente, que é um aspecto tido em conta apenas por um número muito reduzido de empresas. No entanto, é preciso reequilibrar esta equação de modo a que todos estes aspectos estejam incluídos de igual modo nos objectivos do desenvolvimento das implementações de IA a longo prazo, permitindo que as empresas usufruam da totalidade dos benefícios oferecidos por esta tecnologia”, refere Kees Jacobs, Vice President, Global Consumer Products e Retail Sector da Capgemini.
O “Retail superstars: How unleashing AI across functions offers a multi-billion dollar opportunity” do Capgemini Research Institute examinou 400 empresas do sector da distribuição que têm casos de utilização real de IA em vários estágios de maturidade. Estas empresas representam 23% do volume de negócios do mercado mundial do sector do retalho. O estudo engloba também uma análise detalhada das iniciativas de IA dos 250 principais distribuidores a nível mundial em termos de volume de negócios.