A Supply Chain Magazine, com o apoio da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), seleccionou Famalicão, mais especificamente as instalações do CITEVE, para acolher o evento Têxtil Logística, no dia 27 de Junho, com o objectivo de falar sobre a logística ao serviço do sector têxtil. Esta escolha não foi por acaso. Lidera as exportações na região norte há 10 anos e, por isso, tem razões para se autodenominar “Cidade Têxtil de Portugal”.

Esta indústria gera um grande impacto na economia nacional. Só em 2017 foram registados 474 milhões de euros de vendas para o exterior, o que representa 23,7% do total das exportações de Famalicão. Os principais mercados a que se destinam os produtos da cidade são Espanha (21%), Alemanha (16,5%) e França (12%).

A indústria do sector têxtil em Famalicão tem vindo a crescer significativamente, mostrando-se, claramente, como um caso de sucesso neste âmbito.

No entanto, as empresas deste sector devem começar a apostar em estratégias que reduzam as suas despesas e, simultaneamente, a sua pegada ecológica. É aqui que entra em acção a economia circular.

O projecto do grupo têxtil Valérius, “Co-creating the Future Valérius 360”, já noticiado anteriormente pela Supply Chain Magazine, é um caso que adopta este método que prima do ponto de vista da sustentabilidade ambiental. A empresa pretende que, num horizonte temporal de 10 anos, as roupas que saiam das fábricas a estas retornem para originar novos produtos. Assim, gera-se uma nova gama de fios e vestuário a partir dos desperdícios da produção. Daqui resulta uma solução ecologicamente sustentável para diminuir o recurso a matérias-primas, energia, água e produtos químicos.

A Adidas também quer apostar em iniciativas sustentáveis e, por isso, a partir de 2024 só irá usar plásticos reciclados para as suas roupas ou sapatos. Na mesma linha segue a marca Nike que lançou o projecto “Reuse-A-Shoe”, visando recolher 1,5 milhões de sapatos por ano para as suas instalações, nos Estados Unidos da América e na Bélgica. Os produtos recolhidos são, posteriormente, convertidos em pavimentos de ginásio, superfícies de recreio, entre outros.

E porque existe um importante procedimento que conecta as fábricas aos pontos de venda, chamado logística, é importante também este ser optimizado para evitar constrangimentos no seu trabalho, pois irá condicionar todo um processo. A cadeia de aprovisionamento e da logística para os retalhistas é muito importante, de acordo com Natan Reddy, analista da CB Insights.

Do ponto de vista da redução de problemas existe uma estratégia pronta a adoptar pelas cadeias de abastecimento, segundo Reddy. A gestão do inventário tem-se mostrado uma função fundamental para os retalhistas, o que significa que as marcas estão a optimizar as quantidades dos produtos que fabricam, quando as fabricam e onde as distribuem.

Existem, então, as tendências respeitantes à cadeia de aprovisionamento e distribuição. Nattan Reddy aponta a Blockchain como perfeita, pois pode monitorizar a comunicação entre os diferentes agentes da cadeia, independentemente do local onde se encontram. Esta estratégia permite aos agentes saberem o local exacto de um produto ou transporte, reduzindo a hipótese de fraude, a documentação, entre outros factores que resultam em atrasos e mais custos.