O tema inevitável do momento é o que já sabemos, Covid-19. Este veio deixar a descoberto como cada um reage às situações mais adversas. Percebemos assim, no meio dessas reações, a importância do procurement nas empresas.
Falando de algumas situações em particular que, de uma forma ou de outra, tive oportunidade de acompanhar com mais proximidade, foi a estratégia adotada no procurement que permitiu seguir em frente no alcance dos objetivos traçados.
Assim, garantir as existências a montante, permitiu manter a produção e vendas sem necessidade de parar, evitando graves problemas para as empresas. Claro está, falo de empresas que mesmo perante a situação que atravessamos continuaram a faturar como previsto ou até conseguiram ultrapassar esses objetivos.
No meio de toda esta “euforia” que se vive à volta da área do procurement, e da forma como foi feita a gestão da situação, importa, entre muitas outras coisas, salientar algo muito relevante na estratégia da empresa com impacto a longo prazo. O que implica esta área nas restantes áreas da empresa e, daqui perceber, que afinal não é esta nas outras, mas todas, umas nas outras.
Temos de tirar uma lição de tudo isto!
Tem de existir uma estratégia bem definida e percebida para que a Logística e Supply Chain possam trabalhar em conjunto, não esquecendo outras áreas da empresa não incluídas nestas duas, como sejam a área comercial e financeira, por exemplo.
Na minha opinião, falta muitas vezes nas empresas uma estratégia a nível de recursos humanos que acompanhe o negócio. Essa estratégia deve permitir que a organização entenda melhor que nem só da área técnica vivem as empresas, sendo para isso necessário que as pessoas tenham uma performance comportamental que permita melhorar a relação com o outro e perceber que, dessa forma, se está muitas vezes a melhorar a própria performance técnica e assim chegar à tão desejada meta.
Mas sem sombra de dúvida que o procurement teve um papel muito importante nesta fase.
Talvez esta seja uma abordagem diferente do habitual sobre o desafio que me foi lançado: escrever sobre procurement. Quem sabe, pode esta visão não ter muita relevância para o futuro das empresas! Mas, se tiver importância, é talvez o momento de refletir sobre o valor comportamental do capital humano.
Hugo Gonçalves, fundador da RSDG Human Capital