Muitas empresas, quando iniciam o seu processo de internacionalização, tendencialmente acabam por querer alterar os seus custos e produção. Esta procura de novos fornecedores vem da necessidade de tornar o preço final do seu produto mais competitivo ou para aumentar a sua margem de lucro.
Inevitavelmente, acabam por existir mercados onde o custo da matéria prima ou de algum componente necessário, seja mais favorável do que no mercado nacional. Muitos até acabam por ser mais interessantes na esfera do mercado extra europeu.
Segundo os dados apresentados pela OEC (The observatory of economic complexity), Portugal em 2019 importou:
- Cerca de 50% do mercado Europeu, com destaque para Espanha, França, Alemanha e Itália;
- A China de momento ultrapassa já os 4% do total de importações;
- Perto dos 2% temos mercados como a Turquia, Brasil, Angola, Estados Unidos e Nigéria.
Face a 2018, podemos verificar que a China aumentou cerca de 1% no peso das importações e o mercado Europeu perdeu peso, uma vez que em 2018 representava cerca de 70%.
Nota-se uma necessidade das empresas em explorar novos mercados, procurar novos parceiros worldwide, de forma a que não dependam somente de um fornecedor e também de um só mercado. A diversidade agrega valor e torna o produto mais competitivo.
A nível de mercadoria, Portugal mantem como principais componentes importados:
- Veículos;
- Maquinaria elétrica e peças/componentes desse tipo de material;
- Reatores nucleares, Caldeiras;
- Combustíveis e óleos minerais;
- Plásticos.
Para além da escolha de fornecedores/mercadorias a importar, é relevante entender as condições de transporte contratadas. Deve ter em conta a tipologia da mercadoria e o embalamento necessário, a fim de evitar possíveis danos durante a viagem.
À importação deve saber previamente, que documentação será necessária para poder desalfandegar e habilitar a sua mercadoria. Cada produto, cada tipologia e cada origem exigem diferentes certificados e documentação do país de origem. Poderá ter acesso a essa informação aqui.
Para saber o imposto a pagar de cada mercadoria, deverá ter sempre em conta o código pautal de cada produto. Poderá verificar a % de direitos a liquidar à importação aqui.
Estas são as diretrizes gerais sobre importação no inicio da sua pesquisa que deve ter em consideração. Não obstante, a área de procurement e compras é muito vasta e existem vários parâmetros a ter em conta para ter uma estratégia bem delineada para as suas compras. Existem vários mecanismos que podem ajudá-lo a definir uma estratégia que vá ao encontro das suas necessidades e organização empresarial. Esse tema irei desenvolver num outro post, onde pretendo dar algumas diretrizes e sugestões do que pode ser implementado.
O procurement cada vez mais começa a evoluir em linha com as preocupações do mundo e o novo modelo de consumidor, que inevitavelmente influencia toda a cadeia de valor. As empresas estão a começar a definir politicas de compras baseadas no novo conceito: o procurement sustentável. Ou seja, incorporar uma política de compras consciente: saber a origem do produto, conhecer as condições de trabalho impostas na empresa do seu fornecedor, ter garantias sobre a qualidade do produto e como o mesmo é fabricado/extraído. Estes são alguns dos requisitos exigidos quando celebrado um contrato com um fornecedor.
Sara Vera-Cruz Quintas, Business Development | Euroatla – Navegação e Trânsitos