O Procurement é uma atividade transversal e colaborativa. Apostar na transformação de qualquer que seja a atividade ligada aos negócios é uma aventura e fazê-lo bem numa altura marcada pela incerteza como aquela em que vivemos é um grande desafio.
No dia 27 de outubro, a Porto Business School realizou um live webinar no âmbito do Open Executive Programme Gestão de Compras focado no tema “Procurement Transformation – EDP Experience”. A moderação do live webinar ficou a cargo de Eduardo Santos, Diretor do Open Executive Programme Gestão de Compras e contou com a participação de Diogo Leal de Faria, Executive Board Member da EDP Global Solutions.
A EDP Global Solutions é o centro de serviços partilhados do Grupo EDP, que presta serviços a todas as Empresas do Grupo e em todas as geografias onde o grupo opera, assumindo-se uma referência no setor dos serviços de suporte ao negócio e imobiliário.
Neste webinar Diogo Leal de Faria focou temas relacionados com a transformação da atividade de Procurement, para o qual um ecossistema digital tão robusto quanto flexível é essencial. Dos temas abordados por Diogo Leal Faria destaca-se a experiência do Grupo EDP no âmbito da função de Procurement (Global Procurement Unit) que é responsável pelas compras do Grupo e pela gestão da relação com fornecedores, com um foco especial no papel estratégico e capacidade de acrescentar valor, enquanto concretiza atividades operacionais. Esta unidade trabalha em colaboração com as várias unidades de negócio através de um processo integrado, enquanto assegura a transparência e compliance a todos os stakeholders envolvidos.
No contexto da transformação da gestão global e integrada das compras na Organização e o posicionamento da própria função de Procurement no Grupo EDP, Diogo Leal de Faria salientou a transversalidade da atividade Procurement aos vários negócios do Grupo e com mais impacto nos “cash outflows”; e a sua otimização representa uma grande oportunidade de rendimento. Como adicionar valor ao negócio, em vez de ser compreendida apenas como um parceiro transacional e de compliance, é o grande desafio da atividade de Procurement.
Para Diogo Leal de Faria, o Procurement é “por excelência uma atividade colaborativa. Portanto, o Procurement, em termos práticos, não faz nada sozinho”. Colabora com os stakeholders internos e externos e a capacidade de colaborar e gerir stakeholders é uma das vertentes mais importantes do Procurement.
A gestão da relação dos fornecedores é um elemento que impacta todas as áreas do negócio e, por isso, a aposta reflete-se numa visão integrada dos parceiros e consequentemente uma visão integrada da cadeia de abastecimento. Numa época na qual a cadeia de abastecimento é cada vez mais imprevisível, o Procurement é fundamental para apoiar a Organização a mitigar os riscos resultantes da transversalidade do seu papel.
Nesta jornada de transformação da atividade de Procurement, Diogo Leal de Faria partilhou cinco lições aprendidas:
1. O papel do Procurement mudou e pode ser alavancado; tendo alcançado uma nova posição enquanto parceiro de negócio responsável pelo planeamento, e criando oportunidade para antecipar, analisar e planear. O Procurement pode dinamizar uma transformação sistémica no modo como o negócio é conduzido. O Procurement não atua sozinho e o seu impacto potencial depende da sua capacidade de colaboração interna e externa.
2. A gestão da relação com os fornecedores é essencial para apoiar o processo de transformação; sendo igualmente vital para a criação de valor e contribuindo para a transformação das prioridades (posicionamento, planeamento e antecipação; sustentabilidade/ risco). A gestão da relação com os fornecedores permite recolher reações do mercado; partilhar informação com toda a organização e garantir um ciclo fechado de processos (da seleção ao desempenho).
3. O Procurement contribui para a sustentabilidade. Um dos maiores desafios para as Organizações de Procurement, e simultaneamente uma oportunidade para otimizar a performance, consiste em formular uma visão ampla das práticas sustentáveis da cadeia de abastecimento.
4. A gestão do risco na cadeia de abastecimento é fundamental, pois o mundo volátil e em constante transformação onde vivemos faz com que focar-nos apenas na eficiência não seja suficiente. É crucial adotar uma atitude proativa, de antecipação e medidas protecionistas e ser capaz de reagir rapidamente.
5. O Procurement necessita de um ecossistema digital robusto; isto significa que o ecossistema tem de ser capaz de manter o equilíbrio entre a flexibilidade e a coerência de soluções e tem de se posicionar para beneficiar da própria evolução do mercado.
Fonte: Porto Business School