A Ajuda Humanitária das Nações Unidas está a negociar desde quinta-feira (2 de junho) a saída de cereais da Ucrânia. O objetivo é a abertura de uma passagem marítima nos portos do Mar Negro.
O responsável da ONU para a Ajuda Humanitária, Martin Griffiths, está em Moscovo para discutir a abertura do caminho para as exportações de cereais e outros alimentos dos portos do Mar Negro da Ucrânia, disse um porta-voz da ONU.
Griffiths vai encontrar-se com funcionários russos dias depois de outro alto funcionário da ONU, Rebecca Grynspan, ter tido conversações “construtivas” em Moscovo com o primeiro vice-primeiro-ministro russo Andrei Belousov sobre a aceleração das exportações russas de cereais e fertilizantes.
O Secretário-Geral da ONU António Guterres, por seu turno, está a tentar intermediar o que chama um “acordo-pacote” para retomar tanto as exportações ucranianas de alimentos como as exportações russas de alimentos e fertilizantes, que foram perturbadas pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro.
“A situação permanece fluida. O Secretário-Geral, e as duas principais pessoas que ele encarregou de trabalhar nesta questão, Rebecca Grynspan e Martin Griffiths – faremos e iremos a qualquer lugar onde for preciso ir para fazer avançar este projecto”, disse o porta-voz Stephane Dujarric.
Desde a invasão, a 24 de fevereiro, os carregamentos de cereais ucranianos dos seus portos do Mar Negro estagnaram e há mais de 20 milhões de toneladas de cereais retidos em silos, enquanto Moscovo diz que o efeito arrepiante das sanções ocidentais impostas à Rússia prejudicou as suas exportações de fertilizantes e cereais.
A Ucrânia era antes da guerra um dos maiores exportadores mundiais de cereais e fertilizantes agrícolas e os seus produtos eram cruciais para a segurança alimentar de regiões como o Médio Oriente e o Norte de África. A guerra está a ter graves repercussões a nível mundial, mas a ONU teme pelo impacto que poderá vir a ter, do ponto de vista alimentar, nos países mais pobres.