O MAN eTGM, pioneiro da estratégia de emissões zero da Transportes J. Amaral (TJA), completou sua primeira viagem de cerca de 92 quilómetros, ao serviço da ALDI Portugal. Consumiu um total de 96,2 kW de energia, ou cerca de 1,04 kW por quilómetro, regressando ao centro de distribuição da Moita ainda com 48% de bateria disponível, não sendo necessário nenhum carregamento intermédio. Este é mais um passo da retalhista na prossecução das suas metas de sustentabilidade.

“Somos o primeiro retalhista alimentar em Portugal a utilizar uma viatura pesada 100% elétrica para o transporte de mercadorias”, conta-nos André Fradinho, Managing Director Supply Chain da ALDI.

A utilização do camião 100% elétrico da MAN, o novo eTGM, está ao comando da TJA, e tem estado em testes desde maio. Após os primeiros testes, André Fradinho comenta que ainda estão “a avaliar vários fatores operacionais relativos a viaturas elétricas, nomeadamente no que diz respeito à sua autonomia”, e esperam tomar decisões mais concretas em 2023 relativamente à expansão da frota elétrica.

“Além de possuir uma autonomia de 180 km e uma capacidade máxima de 26 toneladas (capacidade de transporte aproximada de 18 paletes standard), conta ainda com um motor de frio 100% elétrico e apresenta como principais características o seu baixo ruído e os circuitos independentes de reduzido consumo energético”, avançou o responsável.

Sobre o futuro dos veículos 100% elétricos para a distribuição, André Fradinho nota que “estamos confiantes de que a utilização deste tipo de veículos tem potencial para se expandir para a distribuição regional e, principalmente, para os grandes centros urbanos”, destacando ainda os benefícios que trazem ao nível da sustentabilidade e da responsabilidade social.

Nesse sentido, aponta que “as vantagens mais imediatas situam-se ao nível da sustentabilidade ambiental, pela ausência de emissões de gases nocivos, mas também ao nível da redução dos custos de energia e da flexibilidade de horários e baixo ruído nas descargas, principalmente noturnas”, e acrescenta que “a utilização deste tipo de tecnologia tem sido uma experiência enriquecedora e temos recebido um feedback positivo por parte da população”.

Face aos valores apresentados nestes primeiros meses de teste de um único veículo, a ALDI espera atingir uma redução de emissões de CO2 de 67,8 toneladas por ano, um passo para o objetivo de atingirem a neutralidade carbónica. “Além de ser um projeto pioneiro em Portugal, este novo camião permite-nos continuar a proporcionar aos nossos clientes uma experiência de compra simples, rápida e fácil, com tudo o que precisam, ao mesmo tempo que nos permite reduzir o impacto da nossa atividade e assegurar que o nosso trabalho é feito sem pôr em causa o futuro do planeta”, comenta André Fradinho.

Apesar dos benefícios, existe ainda um entrave: a autonomia do veículo. Utilizam uma tecnologia de gestão de rotas para maximizar a sua produtividade, no entanto, considera que este ainda é um ponto a melhorar para o transporte 100% elétrico. Face ao caminho que ainda se tem de percorrer para a neutralidade carbónica, André Fradinho deixa ainda um apelo para “a existência de uma política efetiva de incentivo a viaturas 100% elétricas, em moldes semelhantes à adotada para os veículos ligeiros”.