Após vencer o Prémio PME Inovação da COTEC, a Addvolt está a preparar-se, através do seu negócio de silenciamento e descontaminação de camiões de frio, para conquistar o mercado dos Estados Unidos.

A empresa criou uma bateria que é carregada através da desaceleração e da travagem dos camiões frigoríficos, deixando de ser necessário pôr gasóleo no motor que alimenta o sistema de refrigeração. Esta funciona com todo o tipo de camiões de frio, sejam eles com motores a combustão, híbridos plug-in (com tomada de carregamento), elétricos ou mesmo a hidrogénio, sem poluir e sem fazer barulho nas cidades.

O equipamento resiste a temperaturas que variam entre os -30 graus e os +50 graus Celsius como cumpre todas as certificações de fogo, impacto e esmagamento. Para além disso, tanto os clientes da empresa como as próprias empresas de logística recebem notificações e, ainda, algumas sugestões sobre como utilizar as baterias de forma mais eficiente. A solução conquistou o prémio inovação da associação empresarial COTEC a novembro de 2022.

A solução da Addvolt também se aplica a camiões com outros tipos de motorização. Na Suíça, há um projeto com uma empresa que já usa camiões a hidrogénio. Na Bélgica, a tecnologia serve para camiões híbridos plug-in, em que a bateria serve para gerar energia ao reboque de frio sem afetar a autonomia do módulo de condução sem emissões. A bateria portuguesa também pode alimentar elevadores elétricos e empilhadores colocados no reboque dos camiões.

Ademais, a Addvolt está atenta ao transporte de mercadorias sobre carris tendo a decorrer um projeto-piloto com a transportadora ferroviária suíça Rhaetische Bahn (RhB), “estamos a trabalhar numa solução que permite ter o nosso sistema a bordo de um vagão, recarregado por si próprio durante o movimento, para garantir que o contentor frigorífico funciona nas melhores condições”, adianta o líder da empresa, Bruno Azevedo, ao jornal ECO.

Expansão para os Estados Unidos

A Addvolt ao mudar as suas instalações na UPTEC para São Mamede de Infesta, na Maia, conseguiu ganhar a independência necessária para ultrapassar estes últimos dois anos e, agora, é no escritório da empresa onde é desenvolvida toda a estratégia de vendas, marketing e ainda é feita toda a programação da unidade controlo de motor, que depois fornece energia para carregar as baterias.

É ainda neste local que se prepara a estratégia que levará a Addvolt para os Estados Unidos, “já temos um projeto-piloto a decorrer no país. É o nosso próximo mercado de investimento, para 2023”, declarou o líder da empresa à mesma publicação.

A entrada nos Estados Unidos acontecerá após “encontrar um parceiro local, que faça toda a montagem dos equipamentos pelas nossas regras” e ainda “qualificar” outros fornecedores de baterias, já que “não podemos imaginar produzir tudo em Portugal e exportar para todo o mundo. Isso não funciona”, nota Bruno Azevedo.

“Em alguns pontos dos Estados Unidos, as temperaturas altas são constantes e o asfalto está constantemente quente. Estamos a trabalhar na refrigeração líquida, com água e glicol, para suportar temperaturas acima dos 70 graus.”, o que significa que equipamento terá de ser ainda mais resistente ao calor extremo.

Desta forma, a Addvolt assume que “são necessários investimentos externos” para acelerar os planos de expansão previstos para os próximos anos, que incluem a expansão comercial na Europa e a consolidação da presença no mercado australiano. Atualmente, os fundadores da empresa têm a maioria do capital, que conta com outros investidores nacionais e internacionais.