A entrada num novo ano é sempre uma boa altura para fazer balanços, estabelecer novas metas e preparar os negócios para todas as novas oportunidades que poderão surgir. Num mundo em constante mudança, é importante que qualquer empresa que se queira destacar e ganhar vantagem competitiva se mantenha a par de todas as novas tendências no setor onde atua e esteja recetivo e preparado para se adaptar. Só assim continuará a conseguir corresponder àquilo que o mercado e os consumidores esperam.
É impossível refletir acerca das principais tendências para o setor da logística e distribuição sem mencionar a crescente preocupação ao nível da sustentabilidade. Perante o cenário de emergência climática que estamos a viver e tendo em conta o crescimento exponencial do comércio digital, questões como a descarbonização e a redução da emissão de gases poluentes são preocupações crescentes para os consumidores. Esta preocupação deverá ser entrosada dentro das próprias empresas, que terão de procurar a melhor forma de adaptar as suas operações para que se tornem mais amigas do ambiente.
Quando pensamos em estratégias para tornar o setor mais sustentável, a adoção de veículos elétricos ou híbridos é uma das que requer maior ponderação. Para além de distribuições mais sustentáveis, recai também sobre as empresas o ónus para o uso de materiais mais ecológicos nos produtos que comercializam. Além disso, o panorama atual coloca as cadeias de abastecimento numa situação em que irão, inevitavelmente, sofrer alterações. Tendo isto em conta, o estabelecimento de percursos mais concentrados e distribuídos por áreas mais restritas – em suma, a aplicação da regionalização – terá efeitos bastante positivos nos negócios e na perceção destes por parte do público: contribuirá não só para a rapidez das entregas, como irá também reduzir consideravelmente os custos ambientais inerentes a este tipo de serviços, sem colocar em causa a sua qualidade. É importante ter sempre em mente que a exigência dos consumidores com a ética e compromisso das empresas tem vindo a aumentar e, com a oferta de produtos conscientes e sustentáveis cada vez maior, torna-se fundamental trabalhar sempre com vista a oferecer a melhor qualidade e a maior eficiência possível.
Não há dúvidas: o futuro da logística terá a sua base no tecnológico e a adoção de novas práticas neste sentido será cada vez mais recorrente. O uso, por exemplo, de inteligência artificial e mecanismos de automação em processos logísticos está a revolucionar o funcionamento das cadeias de abastecimento, não apenas ao nível da gestão dos armazéns, mas também no que diz respeito à própria distribuição e recolha de encomendas. A verdade é que este tipo de tecnologia veio para facilitar inúmeros processos, nomeadamente no que toca à execução de tarefas metódicas de forma mais rápida e à agilização de diversos processos, tornando-se um complemento de valor à mão de obra humana.
Com o aumento generalizado das vendas online, aumenta também a quantidade de dados com os quais as empresas têm de trabalhar. É exatamente neste sentido que surge outra das principais tendências atuais no setor: o uso de Big Data.
A crescente capacidade tecnológica de analisar o crescente volume e complexidade de dados fornece, não apenas informações valiosas sobre os clientes do negócio em questão, como ainda permite a avaliação e a otimização de processos, sempre com vista a melhorar a satisfação dos mesmos face às suas entregas.
Quando o tema é a adoção deste tipo de práticas, são ainda muitos os que se encontram reticentes por desconhecimento ou por pensarem que estas tecnologias virão substituir o trabalho humano. É verdade que a tecnologia desempenha um papel cada vez mais proeminente no funcionamento de inúmeras empresas dos mais diferentes setores. Ainda assim, é importante compreender que a sua função passa por apoiar e complementar o trabalho humano e facilitar processos mais mecânicos e metódicos, aliviando a carga de trabalho das pessoas e possibilitando-lhes um maior foco em tarefas de escopo maior.
Ora, se as previsões são de um setor cada vez mais digitalizado, é impossível passar ao lado do tema da privacidade de dados. Fugas de informação de clientes são algo que se deve sempre temer neste setor. Torna-se, portanto, fundamental investir em soluções e parceiros que garantam, não só a segurança dos dados de todos os envolvidos nas empresas, mas também procurar manter a máxima transparência com os clientes ao longo de todo o processo. Cada vez mais os clientes valorizam a partilha de informações como a localização exata da sua encomenda, o percurso que fará até ao seu destino e o tempo estimado para a entrega, pelo que, se o objetivo é ganhar novos clientes, fidelizar os antigos e ter a confiança de ambos, apostar neste tipo de prática deverá estar na lista de prioridades.
Em suma: sustentabilidade, tecnologia e segurança serão as grandes temáticas a ter em mente para este novo ano. Todas estas tendências já começam a impactar o setor e devem começar a ser tidas em conta pelas diferentes empresas de logística e distribuição, para que não fiquem para trás numa indústria em tão rápido progresso.
Mariana Jota | Diretora de Estratégia | Vonzu