O Estado de Karnataka, na Índia, avançou que nas próximas semanas será anunciado o investimento de 3 mil milhões de dólares na primeira fábrica de semicondutores do país, assim que exista confirmação por parte dos apoios financeiros. Pelos planos do país, este espera poder contar com uma indústria de semicondutores nos próximos três a quatro anos.
Esta medida foi tomada não só como forma de responder à escassez que o mundo atravessa, e que segundo tudo aponta, irá durar, mas também como forma de reduzir a sua dependência das importações, e aumentar a sua capacidade de resistir a ruturas na supply chain global.
Os apoios da Índia foram anunciados no final de 2021, durante a crise de semicondutores, estando três entidades à espera de aprovação oficial para desenvolverem as suas unidades de fabrico: a joint venture Vedanta-Foxconn, o IGSS Ventures de Singapura e o International Semiconductor Consortium (ISMC), sendo este último o que escolheu Karnataka para a localização da fábrica, tendo procurado uma área de aproximadamente 60 hectares.
A Índia está a oferecer diversos apoios, não só financeiros, mas também ao nível do desenvolvimento de infraestruturas e regulamentos simplificados, de forma a conseguir atrair empresas globais e concorrer com países como China, Taiwan e Coreia do Sul.
Em setembro, o Ministro de Eletrónica e Tecnologia de Informação da Índia, Ashwini Vaishnaw, anunciou que iriam aumentar o apoio financeiro equivalente a 50% do custo de um projeto de construção “a candidatos que se considerem elegíveis e tenham a tecnologia e a capacidade para executar projetos tão intensivos em capital e recursos”. O país procura aprovar candidaturas para a criação de pelo menos duas fábricas de semicondutores e duas fábricas de ecrãs.
Também no ano passado foi criada uma agência especializada e independente, a India Semiconductor Mission, para conduzir uma estratégia a longo prazo para o desenvolvimento de um ecossistema sustentável de semicondutores e expositores, e que tem como missão trabalhar com outros organismos governamentais para assegurar a implementação eficiente das iniciativas do país para a produção destes dispositivos.