A eficiência energética na cadeia de abastecimento e a urgência de implementar medidas que contribuam para a descarbonização da economia estão na agenda de governos e gestores. Numa verdadeira corrida contra o tempo, as empresas colocam no topo das suas prioridades o desenvolvimento de estratégias para tornar as operações mais sustentáveis e eficientes. Esta é também a prioridade para a DB Schenker, como nos dá conta António Paulo, diretor-geral da companhia em Portugal, que nos falou sobre os principais desafios energéticos do setor e as estratégias da empresa para os contornar.

O impacto das alterações climáticas e a urgência na implementação de medidas que visem a descarbonização das economias não constituem problemáticas novas, mas as metas definidas são ambiciosas. Afinal, o Pacto Ecológico Europeu prevê uma redução das emissões de CO2 em 55%, até 2030 e até 2050 a Europa deverá ser o primeiro continente a atingir a neutralidade carbónica. Noutros termos, isto significa que a União Europeia terá que conseguir eliminar tantas emissões de CO2, quanto as que produza.

A DB Schenker tem como objetivo tornar-se no principal fornecedor mundial de serviços de logística verde e alcançar a neutralidade carbónica até 2040. Falando sobre os desafios que enfrentam enquanto operador logístico, António Paulo, diretor-geral da DB Schenker Portugal não esconde que os desafios são muitos neste momento, ambiciosos e de ordem vária. “O que notamos é que neste ecossistema, a cadeia de abastecimento, existem dinâmicas distintas. Nem tudo, nem todos, andam à mesma velocidade. E isso é, desde logo, um grande desafio. Dou-lhe um exemplo muito concreto: se quisermos investir em massa em soluções elétricas, não haverá infraestrutura para carregar todos os camiões. E, saindo do universo da logística, se todos nós agora optarmos por comprar um carro elétrico, a nossa infraestrutura não suportava sequer 30% da frota existente em Portugal. Não teríamos onde carregar os veículos e, pior que isso, não haveria estrutura ao nível da rede de produção de energia para dar resposta às necessidades. Por isso, vamos avançando de acordo com as possibilidades. Mas sim, os desafios são grandes, e é inquestionável que teremos que fazer a transição para soluções mais limpas do ponto de vista ambiental.”

 

Conjugar soluções

A transição energética é para António Paulo uma estrada com múltiplas vias e que conjuga diferentes soluções, pelo que na Schenker, o investimento em alternativas é uma realidade. “No caso do transporte passa por, por exemplo, conjugar o elétrico com soluções de hidrogénio. Já fizemos uma primeira abordagem e estamos a colocar-nos numa posição pioneira através de um acordo com uma empresa na Alemanha, que já está a produzir os veículos. Esta pré-encomenda da Schenker é para o transporte de médio curso, ou seja, distâncias de cerca de 500 quilómetros, que nos permitirão ligar os nossos terminais através de camiões movidos a células de hidrogénio”.

No transporte de proximidade e na distribuição capilar, a aposta vai claramente para o elétrico e António Paulo salienta neste âmbito a parceria estabelecida entre a DB Schenker e a Volta Trucks, fabricante de veículos comerciais totalmente elétricos, que lhes permitiu completar em conjunto a primeira fase de testes rodoviários do camião totalmente elétrico Volta Zero na Europa, “em que pela primeira vez um veículo Volta Zero operou em estradas e em ambientes reais de distribuição na cidade de Paris.”

Foi em 2021 que as duas empresas anunciaram a expansão da sua colaboração e a pré-encomenda de cerca de 1.500 veículos Volta Zero, totalmente elétricos, sendo na altura a maior encomenda de camiões elétricos de 16 toneladas na Europa. “Estes veículos serão utilizados nos terminais europeus para transportar mercadorias dos centros de distribuição para os centros das cidades e áreas urbanas”, sublinha o número 1 da Schenker Portugal. E brevemente este investimento será alargado ao cluster ibérico, primeiramente Espanha e depois Portugal.

Pode ficar a conhecer os passos que estão a ser dados ao nível do transporte marítimo,
do aéreo e também nos centros logísticos e nas operações da DB Schenker proximamente,
lendo o artigo integral na SCM 42.