A Comissão Europeia apresentou um conjunto de iniciativas que visam dar resposta às necessidades das Pequenas e Médias Empresas (PME), entre elas está a proposta de um limite máximo de 30 dias para pagamentos às empresas.
O regulamento proposto sobre o combate a pagamentos em atraso em transações comerciais, cita o estudo “EPR – European Payment Report 2023”, da Intrum, que pretende acabar com “uma prática injusta que compromete o fluxo de caixa da PME e prejudica a competitividade e resiliência das cadeias de abastecimento”.
O estudo revela um aumento significativo na proporção de empresas portuguesas que estão a pagar aos seus fornecedores mais tarde do que aceitaria dos seus próprios clientes, aumentando de 23% para 34% em apenas um ano.
Conclui-se ainda, com base no relatório, que as empresas portuguesas são mais propensas que a média europeia a considerar que os atrasos dos pagamentos dos clientes afetam os seus negócios em quase todas as áreas. Ainda assim, 45% das empresas nacionais dizem estar a tomar medidas para assegurar o pagamento atempado aos seus fornecedores, em comparação com 56% de média europeia.
Já o setor público passou os pagamentos de 53 para 70 dias em 2023, aumentando 17 dias o atraso nos pagamentos. 53% dos inquiridos portugueses reconheceu já ter aceitado prazos de pagamento mais longos do que o que consideram razoável para não prejudicar a relação com os clientes, embora esta seja uma situação mais frequente em grandes empresas (63%) do que em PME’s (49%).
“De acordo com o mais recente estudo da Intrum podemos verificar que 64% dos portugueses inquiridos considera que as grandes empresas têm a responsabilidade perante a sociedade de garantir que efetuam os seus pagamentos às empresas mais pequenas dentro do prazo. Esta é uma questão que preocupa tanto as PME como as grandes empresas, com percentagens de 66% e 58% respetivamente, a concordarem com esta afirmação”, afirma Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal.