Numa conjuntura de intensa concorrência global e desafios socioeconómicos complexos, a Associação Portuguesa dos Transitários (APAT) mantém-se firme na sua missão de destacar os obstáculos enfrentados pelo setor da carga aérea em Portugal. Determinada a garantir o reconhecimento deste setor fundamental na economia nacional, a APAT enviou uma carta aberta às entidades competentes, instando à adoção de medidas corretivas necessárias.

A Associação Portuguesa dos Transitários está firmemente empenhada em garantir que o setor de carga aérea seja tratado com a importância que merece. Diante das condições desafiantes sob as quais opera, enviou uma carta aberta às entidades competentes, na tentativa de sensibilizar e instigar ações corretivas necessárias.

O conteúdo da carta destaca vários pontos críticos, incluindo a insuficiência das condições infraestruturais, a falta de competitividade, a necessidade de revisão dos procedimentos aduaneiros e de segurança, aprimoramento da formação e capacitação dos profissionais, bem como a subvalorização do setor.

  • Insuficiência das condições infraestruturais: É imperativo realizar investimentos e modernizações nas infraestruturas aeroportuárias, especialmente nos terminais, para favorecer e exponenciar a competitividade das exportações portuguesas;
  • Falta de competitividade: Os problemas operacionais nos aeroportos de Lisboa e Porto estão a levar o “main core” dos negócios de exportação para Espanha e outros países europeus, prejudicando o mercado português;
  • Revisão dos procedimentos aduaneiros e de segurança: Os procedimentos de agente reconhecido e expedidor conhecido são complexos e demorados, enquanto os protocolos de segurança carecem de melhorias para minimizar atrasos e disfunções;
  • Formações e capacitações mais adequadas: A formação e capacitação dos profissionais do setor precisam ser aprimoradas para promover boas práticas e atrair novos talentos;
  • Subvalorização do setor: O transporte aéreo de mercadorias é vital para a economia nacional, transportando produtos essenciais para o bem-estar social, incluindo equipamentos médicos, produtos medicamentosos e ajuda humanitária.

A associação faz um apelo às entidades competentes para considerarem atentamente estas questões e colaborarem de forma integrada com as partes interessadas do setor de carga aérea. A APAT aguarda com expectativa a oportunidade de discutir medidas concretas para superar os desafios enfrentados pelo setor de carga aérea nacional na próxima reunião do “Fórum Nacional de Carga Aérea”.

De acordo com um estudo realizado pela Oxford Economics, o setor de carga aérea em Portugal contribui de forma significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do país, com cerca de 5.8 mil milhões de euros. Além disso, este setor gera aproximadamente 43.000 postos de trabalho e um Valor Acrescentado Bruto (VAB) estimado de 1,9 mil milhões de euros.

Contudo, Portugal ainda enfrenta desafios significativos em termos de facilitação do comércio de carga aérea. De acordo com o “Enabling Trade Index (ETI)”, o país ocupa o 58º lugar entre 124 nações. No “eFreight Friendliness Index (EFFI)”, Portugal está classificado em 51º lugar entre 135 países, e, no “Enabling Trade Index”, encontra-se na 28ª posição entre 136.

A APAT acredita que a colaboração entre o governo, entidades competentes e intervenientes da indústria é essencial para superar os desafios existentes e garantir a competitividade e eficiência necessárias para o setor de carga aérea.