A indústria de fretes é uma das maiores e mais importantes do mundo. Com 150 milhões de contentores movimentados anualmente ao redor do mundo, representa a circulação sanguínea vital para a economia. Mas, apesar do tamanho e da importância do sector, o aspecto comercial do negócio ainda é muitas vezes realizado de forma tradicional: offline e manual.
Contratos com tarifas de armadores complexas, folhas de excel enormes, centenas de e-mails e ficheiros PDF, geram demoras, frustrações, consomem enormes recursos e anulam a eficiência dos negócios. Foi esta realidade que a Cargofive se propôs alterar.
Ao juntar uma equipa de profissionais da indústria e empreendedores tecnológicos, para criar uma startup, apoiada pela Nova SBE e pela Start-up Chile, a Cargofive resolveu o problema da complexidade dos contratos com armadores e descodificaram tarifas, através de um algoritmo inteligente – a peça central do software – , que converte os contratos mais longos em formato simples e standard. Depois dos contratos dos armadores serem simplificados e carregados no sistema, o processo de cotação é totalmente automatizado.
“Com todas as tarifas de frete, gastos locais e cotações armazenadas numa plataforma, os transitários podem assim ter total transparência nas suas actividades comerciais: preço, lucro e desempenho das equipas de vendas. Todos os dados são armazenados num único lugar, tornando a pesquisa por vários arquivos e e-mails, algo do passado”, salienta a Cargofive.
Sebastian Cazajus, CEO da Cargofive, destaca também a importância da digitalização na indústria. “Nos próximos 20 anos vão continuar a existir os mesmos contentores de 20´ ou 40´. A principal diferença residirá na tecnologia que automatiza os processos internos e que consiga, finalmente, melhorar a experiência dos clientes. Estamos numa Era Digital, onde qualquer colaborador está acostumado a transparência, conveniência e rapidez das vendas online. Um importador não quer esperar dois dias por uma cotação, nem receber 15 chamadas para poder seleccionar um transitário ou realizar um booking”.
A concorrência está um pouco por todo o sector, e não apenas para transitários digitais como Icontainers, Freighthub ou Flexport, que movimentaram mais de 80.000 TEUS no seu terceiro ano de operação.
Além de empresas de base tecnológica, há também um número crescente de transitários tradicionais a desenvolverem as suas próprias soluções digitais. Damco com a Twill-Logistics, Agility com a plataforma ShipaFreight, Kuehne Nagel com Seaexplorer e Geodis como IRIS, são algumas delas.
A ideia, de acordo com os responsáveis desta startup, é que “agora qualquer Transitário poderá fazer parte desta revolução digital, implementando uma solução à medida, que optimiza processos internos e comerciais, a valores acessíveis e de forma imediata”.