Foi a 18 de dezembro de 1923 que foi criada a Junta Autónoma das Obras do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado, hoje Porto de Setúbal. 100 anos depois, este ainda se mantém um dos principais portos nacionais, tendo no primeiro semestre do ano crescido 8,4%, face ao mesmo período de 2022, ao movimentar 3,3 milhões de toneladas.
Iniciando a comemoração do centenário logo em janeiro, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) apresentou um vasto programa de atividades a decorrer ao longo do ano, com o objetivo de reforçar e promover o papel do porto no desenvolvimento económico e social da região, bem como grandes investimentos programados para os próximos anos.
À data, Carlos Correia, presidente da APSS, comentava que “este programa de atividades, que tem como parceiros oficiais, a Câmara Municipal de Setúbal e a Comunidade Portuária de Setúbal, servem para celebrar o passado, anunciar o presente e projetar o futuro do Porto de Setúbal. Estas iniciativas vão estar abertas à população e à comunidade empresarial da região, fortalecendo a relação entre o porto e a cidade, e reforçando a estratégia que existe para o Porto de Setúbal, que passa por três palavras: investir, inovar e descarbonizar”.
Também o Ministro das Infraestruturas, João Galamba, deixou uma mensagem em vídeo relativamente à comemoração dos 100 anos do porto: “Esta é uma infraestrutura chave para o desenvolvimento da comunidade local, regional e nacional. O seu hinterland de proximidade às empresas industriais e zona logística de excelência faz de Setúbal e um porto essencialmente exportador, que na última década registou valores de exportação na ordem dos 60% da sua carga total. Estes 100 anos concentram um passado decisivo, sendo hoje indiscutível o papel central do Porto de Setúbal no ecossistema portuário e na economia nacional”.
Por parte da Câmara Municipal de Setúbal, Ricardo Oliveira, adjunto da presidência, destacou que “quando há 100 anos se criou o porto, também se transformou a cidade, e tem vindo a ser um elemento transformador da cidade, mobilizador. O município não tem um entendimento de que o porto é um obstáculo à cidade, faz parte e é parte integrante da cidade, e é um fator essencial e determinante para o processo de desenvolvimento da própria cidade. É um elemento de identidade e da cultura dos setubalenses, da cultura desta região, e continuará a sê-lo no futuro”.
Carlos Correia destaca ainda que o Porto de Setúbal afirma-se como “um porto moderno, mas dono de uma história marcante para o desenvolvimento da região”, e acrescenta que “assistimos a uma mudança de paradigma marcado pela necessidade de apostar fortemente no desenvolvimento sustentável e competitivo”.
“É necessário apostar na nova indústria verde, agregada a uma logística de ponta, onde a inovação é um fator transversal e potenciador de sucesso. Por outro lado, é preciso contribuir para o desenvolvimento da Economia do Mar, na procura incessante de um equilíbrio sustentável entre a atividade económica e a capacidade de preservar, a longo prazo, os ecossistemas marítimos, suporte dessa atividade, mantendo-os resilientes e saudáveis. Trata-se de assegurar um futuro que passa, inquestionavelmente, por perceber, respeitar e aproveitar o Mar.”
– Carlos Correia, presidente da APSS.
Para recordar os investimentos logísticos que o Porto de Setúbal tinha preparados para este ano, poderá rever o artigo publicado na nossa revista #38.