A maioria das empresas europeias considera o nearshoring e o reshoring como formas importantes de salvaguardar as suas cadeias de abastecimento, segundo um novo inquérito da Inverto, sendo a Europa de Leste a região preferida. Quase metade (42%) de todas as empresas inquiridas considera a regionalização como a principal abordagem para reestruturar a sua cadeia de abastecimento.

O estudo foi realizado pela Inverto, uma empresa internacional de consultoria em gestão, especializada em aquisições e gestão da cadeia de abastecimento e concluiu que as empresas consideram a deslocalização de encomendas para países vizinhos como a melhor forma de aumentar a eficiência, melhorar a flexibilidade e reduzir os prazos de entrega.

Dois terços (63%) das empresas inquiridas afirmam que planeiam reestruturar as suas cadeias de abastecimento nos próximos cinco anos – enquanto um número semelhante (67%) de empresas industriais tenciona deslocalizar as capacidades de aquisição para áreas politicamente mais estáveis.

Os países da Europa de Leste são vistos como a melhor opção, com 57% das empresas a abastecerem-se já nessa região, enquanto 32% planeiam deslocalizar atividades para a Europa de Leste nos próximos anos. Em contrapartida, apenas 9% das empresas planeiam deslocalizar para a Europa Ocidental.

Em termos de razões para a deslocalização, quase todos os inquiridos afirmam que a tensão geopolítica é a principal razão, sendo que apenas 11% estão otimistas quanto à possibilidade de a política, por si só, resolver as tensões globais.

Os custos de produção são também considerados como uma forte influência (82%) para as empresas que procuram reestruturar as suas cadeias de abastecimento.

“O nearshoring pode desbloquear o potencial em três dimensões – aumentar a resiliência, acelerar os prazos de entrega e fazer progressos em termos de sustentabilidade”, afirma Sushank Agarwal, diretor-geral da Inverto.

“Para maximizar as oportunidades, as empresas devem repensar a sua estratégia de aprovisionamento e alargar o seu âmbito geográfico ao avaliarem o potencial de nearshoring”, sublinhou ainda.

Em suma, as empresas consideram a deslocalização de encomendas para países vizinhos como a melhor forma de aumentar a eficiência, melhorar a flexibilidade e reduzir os prazos de entrega. De referir que a análise teve por base um universo de perto de 95 empresas – principalmente da Alemanha, Áustria e Suíça – e cerca de metade dos inquiridos eram fabricantes, enquanto outros incluíam empresas de serviços, construção e indústrias de processamento.

As conclusões não são muito diferentes das de um estudo recente da Capgemini, que mostra que as empresas de consumo e retalho estão a recorrer a uma combinação de nearshoring e de fornecimento interno, à medida que procuram encontrar um equilíbrio entre custos e resiliência.