Os custos de transporte de mercadorias de Xangai para a Europa subiram 80% recentemente, enquanto as grandes transportadoras continuam a evitar a principal rota do Mar Vermelho.

De acordo com a Sky News, a medida de custo de frete mais utilizada, o Shanghai Containerized Freight Index, aumentou de 1.497 dólares para 2.694 dólares por contentor desde 22 de dezembro. Há 15 meses que não se registava uma subida de preço tão significativa.

Os preços elevados de envio influenciam os montantes pagos no checkout e podem ter um impacto inflacionário, uma vez que a maioria das mercadorias passarão algum tempo no mar até chegar aos consumidores.

O Mar Vermelho é uma artéria importante de abastecimento que se tem vindo a tornar cada vez mais perigosa à medida que os militantes Houthi do Iémen, que apoiam a Palestina, atacam barcos que acreditam fornecer ou exportar bens de Israel.

No entanto, evitar esta rota pode acrescentar até duas semanas ao tempo de viagem, tendo em conta que a alternativa passa pelo Cabo da Boa Esperança.

A Maersk planeou encaminhar o transporte da mercadoria pelo Canal do Suez no final de janeiro e fevereiro, mas continuar a desviar pelo Cabo da Boa Esperança os serviços agendados para o início de janeiro. Já a Hapag Lloyd afirmou recentemente continuar a desviar os navios do Canal do Suez.

Contudo, em novas declarações à Reuters, ambas as empresas indicaram esta terça-feira, 2 de janeiro, que vão continuar a evitar a rota do Mar Vermelho que dá acesso ao Canal do Suez, após um ataque a um dos navios da dinamarquesa.

“Uma investigação sobre o incidente está em andamento e continuaremos a pausar todo o movimento de carga na área enquanto avaliamos melhor a situação em constante evolução”, afirma a Maersk, confirmando que “nos casos em que fizer mais sentido para os nossos clientes, os navios serão redirecionados e continuarão a sua viagem contornando o Cabo da Boa Esperança”.

Os navios da Hapag-Lloyd continuarão a desviar-se do Mar Vermelho até, pelo menos, dia 9 de janeiro.