O Egito está a considerar novas expansões no Canal do Suez, com o objetivo de estender e concluir um segundo canal navegável, permitindo um aumento dos volumes do transporte marítimo e evitar bloqueios que interrompam o tráfego, indicou Osama Rabie, presidente da Autoridade do Canal do Suez (SCA), à Reuters.

Esta possibilidade surge devido ao decréscimo da receita do canal, uma vez que as empresas de transporte marítimo têm vindo a desviar-se da via navegável, a rota mais curta entre a Europa e a Ásia, devido aos ataques dos Houthis, a partir do Iémen, contra os navios que passam pelo Mar Vermelho. As receitas do canal aumentaram gradualmente, tendo atingido um valor recorde de 9,4 mil milhões de dólares até junho de 2023. No entanto, registou um decréscimo em cerca de 40% no início deste ano devido aos ataques.

Qualquer nova medida virá além do atual trabalho para estender o segundo canal em 10 quilómetros para aprofundar e alargar uma secção do canal. Este trabalho foi acelerado após o navio porta-contentores Ever Given ter ficado encalhado numa secção do canal em março de 2021, tendo interrompido o tráfego durante seis dias.

Os estudos iniciais sobre uma expansão adicional levariam cerca de 16 meses, e incluiriam pesquisas relacionadas com viabilidade, ambiente e engenharia, bem como sobre solo e dragagens, indicou Osama Rabie. São necessárias aprovações governamentais para avançar com o projeto, que seria financiado pelo orçamento de investimentos do SCA, para evitar “colocar qualquer peso no orçamento geral do estado”.

O responsável refere que esta medida pode aumentar a competitividade do canal e permitir com que passem por lá mais e maiores navios.