A Efficio é uma empresa especializada em consultoria nas áreas de procurement e supply chain. Tem 14 escritórios localizados em vários pontos da Europa, América do Norte e Médio Oriente. No início de 2023 abriu o primeiro escritório em Lisboa e, passado um ano, procuramos conhecer a sua estratégia, como se posicionam para ajudar as empresas a enfrentar desafios e gerir o risco, e quais as principais diferenças dos mercados onde atuam.
“Duplicar de tamanho a cada três a quatro anos”, este foi o objetivo dado por Jens Pedersen, CEP e co-fundador da Efficio, a propósito da abertura do primeiro escritório em Portugal. Por sua vez, Wolfgang Rueth, que está responsável pelo escritório em Lisboa, referia na altura que “pretendemos construir uma forte equipa portuguesa para apoiar os projetos dos nossos clientes globalmente”.
O responsável explica que a estratégia que adotaram inicialmente passava por “criar uma equipa multidisciplinar” que pudesse ser uma extensão da sede da empresa, localizada no Reino Unido, e dos restantes escritórios a nível internacional. A equipa de Lisboa deveria ser composta por especialistas em Procurement e Supply Chain, que fossem capazes de integrar projetos internacionais a partir da cidade portuguesa, viajando quando necessário, mas também por data scientists e programadores. O objetivo passava por “tornar Lisboa o polo central de desenvolvimento de soluções e ferramentas digitais da Efficio, servindo globalmente”, refere Wolfgang Rueth.
Um ano depois, a estratégia não se alterou, mas agora “estamos mais preparados para entrar no mercado ibérico caso existam oportunidades onde a metodologia da Efficio possa trazer valor aos clientes”, explica. A equipa continua a crescer, e tem a intenção de “continuar a investir em novo talento” com a contratação de mais profissionais. “Atualmente já somos 30, e ambicionamos duplicar este número até ao final do ano”, afirma o responsável. Acredita que já detêm uma presença sólida no mercado português, uma vez que consultores de outras empresas já conhecem e reconhecem a Efficio através do que fazem, como se diferenciam e da sua especialização em Procurement e Supply Chain. Daqui para a frente, pretendem continuar a crescer e potenciar a relevância do escritório de Lisboa dentro da empresa, “bem como impulsionar o nosso envolvimento no mercado português como especialistas em Supply Chain e Procurement”, sem não descartar a certeza de que “vão sempre surgir desafios”.
Desafios: prevenção e solução
A abordagem da empresa para “prevenir ou solucionar” falhas nas cadeias de abastecimento dos clientes passa por duas metodologias. A primeira foca-se no De-risking, que consiste em tentar minimizar o risco diversificando fornecedores e optando por estratégias nearshoring, ou seja, trazer as cadeias de abastecimento para mais perto de “casa”, a nível regional. A segunda consiste no Sales and Operation Planning (S&OP), que tem como o objetivo criar uma gestão mais eficaz da procura, produção e distribuição. Esta abordagem permite uma resposta “mais ágil” a flutuações no mercado, e ainda ajuda a prevenir ou minimizar potencias falhas na cadeia de abastecimento. “No fundo, o nosso compromisso reside em encontrar soluções personalizadas e estratégias adaptadas a cada desafio específico dos nossos clientes, contribuindo para tornar as operações mais resilientes e eficientes”, indica o responsável.
A Efficio detém vários escritórios espalhados pelo mundo, nomeadamente na Europa, Médio-Oriente e América do Norte, apresentando assim as suas soluções de logística e procurement nestas geografias. No entanto, estes mercados têm especificidades e necessidades diferentes, podendo também apresentar-se como um desafio. No caso do Médio Oriente, Wolfgang Rueth explica que há um grande foco em políticas nacionais de local content, como é o caso da Arábia Saudita. “Isto impõe às empresas que operam na região, a aquisição de uma parte significativa e crescente das quotas de mercado local, impulsionando o desenvolvimento da supply chain local”. Desta forma, sublinha que a adptação das empresas a estas políticas é “crucial”.
No que diz respeito à América do Sul, “deparamo-nos com um continente ainda repleto de desafios, tornando-se um mercado bastante fechado para o negócio internacional”, assume. Muitos países desta geografia enfrentam barreiras alfandegárias, enquanto outros têm alguns problemas relacionados com a inflação elevada, como é o caso da Argentina, complicando a interação com o mercado exterior. No entanto, um dos problemas transversais é mesmo a falta de infraestruturas, como estadas ou comboios de carga, originando desafios ao nível logístico, com custos muito superiores em comparação com a Europa. “É, portanto, um continente mais orientado para o mercado local, com poucas importações, embora ainda que forte em exportações de matérias-primas”, acrescenta.
Já a Europa, Wolfgang Rueth caracteriza como um mercado “bastante desenvolvido”, ainda que “bastante fragmentado”, devido às diversas línguas e políticas que, na sua ótica, podem criar tanto barreiras como oportunidades. “A diversidade de opções e soluções disponíveis oferece um terreno fértil para otimização de compras e logística”, indica o responsável, terminando com o real desafio, que reside em “encontrar as opções certas”.
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