A meta de 1.000 milhões de euros exportados no setor dos vinhos ainda não foi atingida, por cerca de 7,2%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo a fonte, em 2023 foram exportados 927.854.353 euros em vinho, menos 11 milhões do que em 2022, ficando ainda mais aquém da meta ambicionada pelo setor.
A ViniPortugal, Organização Interprofissional do Vinho de Portugal, avançou em comunicado que apesar da quebra, as exportações atingiram um total de 319 milhões em litros, o que subiu o preço médio por litro para 2,90 euros (mais 0,66% face ao período homólogo).
“Como já tínhamos previsto e em grande parte devido ao contexto mundial que estamos a viver, as exportações de vinhos portugueses tiveram uma ligeira quebra em 2023, contudo uma descida menor do que a esperada”, apontou o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão.
Entre as causas para o decréscimo foram apontadas pela organização diversas adversidades vividas em 2023, como a inflação, taxas de juro, aumento do custo de vida, duas guerras, instabilidade económica nas famílias, entre outros. Isto levou a que se tenha verificado esta quebra não apenas em Portugal, mas nos restantes players globais. “O comércio mundial de vinhos caiu muito em 2023”, afirmou o responsável.
Embora tivéssemos apresentado resultados negativos a este nível, Frederico Falcão apontou que a nível mundial a concorrência apresentou quebras muito maiores. “Apesar de tudo, Portugal aumentou a sua quota no mercado mundial de vinhos”, sossegou o presidente.
Dentro da UE, os vinhos portugueses registaram vendas de 406,9 milhões de euros (decréscimo de 2,40% em valor e 3,35% em volume), e os mercados externos à UE 521,1 milhões de euros (decréscimo de 0,17% em valor e 0,54% em volume).
Entre os principais mercados, França foi o país que mais importou vinhos portugueses, com um total de 103 milhões de euros, seguindo-se os EUA, com 100 milhões, e o Reino Unido, com 88 milhões. A ViniPortugal destaca ainda o crescimento do mercado brasileiro, com 80 milhões de euros, mais 9 milhões do que em 2022, e o facto de Portugal ter “ultrapassado mais uma vez a Argentina”, ocupando o segundo lugar nas importações em volume.
Para o arranque do ano, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) divulgou recentemente os resultados da exportação de vinhos referente a janeiro de 2024, tendo por base os dados do INE. Em termos de quantidades, no primeiro mês do ano o setor apresentou descidas a dois dígitos (-10,3%), no entanto, compensou no valor por litro (14,4%) e total (2,6%) face ao período homólogo.