As principais métricas do sucesso de uma operação de last mile são, do ponto de vista da logística e da supply chain, o custo e a rapidez da entrega, e já não a satisfação do consumidor. Esta foi a conclusão do estudo “Last- Mile Trends Report 2024”, apresentado pela Microsoft e pela plataforma tecnológica FarEye.
Para chegar a esta conclusão, o estudo envolveu inquéritos a mais de 300 líderes em cinco continentes, representando empresas com uma receita combinada de 100 mil milhões de dólares. “Nas entregas de last mile, o custo e a rapidez são as novas prioridades. A agulha mudou de custo e satisfação para custo e rapidez”, pode ler-se no documento.
Mais de metade das empresas auscultadas estão a oferecer serviços de entrega no mesmo dia ou no dia seguinte, sublinhando a importância crescente de um serviço rápido. Adicionalmente, 80% dos líderes de supply chain priorizam a medição dos custos de entrega. A propósito, o CEO da FarEye, Kushal Nahata, estima que, em cinco anos, drones autónomos irão assegurar 30% das entregas urbanas, reduzindo quer o tempo, quer as despesas.
Além disso, de acordo com o mesmo responsável, com o crescimento das entregas urbanas, espera-se que as emissões de carbono aumentem em 32% até 2030, pelo que a sustentabilidade deixou de ser um tópico negociável.
“Como líderes, devemos colocar a sustentabilidade à frente e no centro, correspondendo às expectativas ambientais e dos nossos stakeholders. A logística sustentável não é uma escolha, é uma responsabilidade coletiva e uma vantagem competitiva”, sublinhou.
No evento de lançamento deste relatório, “The Last Mile Leaders Event”, realizado a 19 de abril, na Índia, mais de 40 especialistas em supply chain de diversas indústrias discutiram o papel da tecnologia na diminuição dos custos e na identificação de soluções que respondam aos imperativos da sustentabilidade.
Não obstante a identificação desta tendência, nem todas as companhias estão sensibilizadas para o tema. Um inquérito recente da empresa de software Sedex mostrou que 40% dos dirigentes seniores de supply chain na América do Norte ainda ignoram a sustentabilidade nas suas operações de procurement.
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