Após longas ponderações sobre a localização do novo aeroporto por parte dos anteriores Governos, Luís Montenegro prometeu uma rápida decisão sobre o tema, e avançou que a escolha preferida, neste momento, é reforçar os voos no Aeroporto Humberto Delgado e a construção de um novo no Campo de Tiro de Alcochete, de acordo com o ECO.
Alcochete foi uma das opções consideradas “mais favoráveis em termos globais” na Avaliação Ambiental Estratégica realizada pela Comissão Técnica Independente (CTI), juntamente com Vendas Novas, que perde para o Campo de Tiro de Alcochete na “vantagem em termos de proximidade à Área Metropolitana de Lisboa, bem como de tempo de implementação”.
A escolha de Alcochete mantém-se de acordo com o que o Governo de António Costa também tinha apontado, sendo que o novo secretário-geral do PS, e anterior ministro das Ministro das Infraestruturas e da Habitação, já havia afirmado que esta decisão não poderia ser mais adiada, apoiando a decisão da CTI. De acordo com o relatório, 2030 seria o ano para ter uma pista operacional no Campo de Tiro de Alcochete, porém, o Governo considera que esse prazo é muito curto.
De acordo com a Confederação do Turismo de Portugal, estima-se que devido à falta de uma nova infraestrutura o país já perdeu um valor superior a dois mil milhões de euros. Segundo apontaram à fonte, a alternativa viável é explorar o reforço do número de voos na infraestrutura existente, podendo comportar uma média diária de 38 movimentos por hora, até um máximo de 40, e ultrapassar esta capacidade irá requerer um grande investimento por parte da ANA Aeroportos, arriscando-se também a ultrapassar barreiras ambientais.
Em dezembro, o Governo de António Costa aprovou uma resolução para a realização de obras no aeroporto Humberto Delgado, mais concretamente para a ampliação do terminal 1, a instalação de mais mangas, a melhoria operacional do sistema de pista e a implementação de um novo sistema de navegação aérea pela NAV.
O projeto fazia parte do acordo firmado entre o anterior Governo e a ANA, para a expansão da capacidade aeroportuária, sendo que para além do alargamento da Portela, estava ainda prevista a construção de uma nova infraestrutura na Base Aérea Militar do Montijo. Para a primeira fase da extensão do atual aeroporto estavam previstos 650 milhões de euros, aumentando significativamente as posições de estacionamento das aeronaves e novas saídas de pista, de modo a liberá-las para mais movimentos, aumentando a capacidade para 46 por hora. A dificuldade maior será em obter a luz verde ambiental, devido ao impacto das emissões e do ruído na saúde pública.
No relatório da CTI pode ler-se que “o aumento de capacidade do Aeroporto Humberto Delgado em nº de movimentos/hora requer obras de infraestrutura, incluindo expropriações, limitadas pelas razões ambientais relacionadas com o ruído, estando o Aeroporto Humberto Delgado neste momento já em incumprimento com o Regulamento Geral do Ruído”.
No caso do Montijo, este deixou de ser uma opção depois de a ANA ter visto negada a reavaliação da Avaliação Ambiental Estratégica pela Agência Portuguesa do Ambiente, tendo também ela sido considerada inviável pela CTI. Também Santarém foi uma possível escolha, mas o estudo também considerou que a distância de 90 quilómetros da capital tornou a opção inviável.