A pressão sobre a cadeia de abastecimento, causada pela escalada da crise no Mar Vermelho, bem como pela tensão geopolítica no Médio Oriente, dominou as preocupações das empresas durante o primeiro trimestre do ano. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Company Filings Analyctics Trends &Signals – Q1 2024”, da GlobalData.

De acordo com o relatório, este cenário internacional está a ter uma  repercussão crescente no comércio global, acentuando a pressão sobre as capacidades logísticas das empresas. Para essa pressão contribuem fatores como o aumento dos custos do transporte marítimo e a dilatação dos tempos de entrega.

Comentando as conclusões do estudo, Misa Singh, Business Fundamentals Analyst na GlobalData, afirma que “a instabilidade política e as tensões geopolíticas continuam a impactar as operações das empresas”: “Os conflitos regionais estão a afetar os fornecedores e as empresas, quer no aprovisionamento, quer na entrega dos produtos.” Em concreto, a tensão persistente no sul do Mar da China está a contribuir para essa disrupção, reformatando o transporte de mercadorias.

As companhias de transporte marítimo estão a escolher rotas mais longas, pelo Cabo da Boa Esperança, o Cabo Horn e o Canal do Suez, para chegar aos seus destinos.

Acresce que a falta de chuva no Panamá obrigou à redução de navios no canal, causando atrasos na importação de bens, nomeadamente da América do Norte.

A concluir, Misa Singh sublinha que anos de disrupção após a pandemia de Covid-19 e as tensões políticas aumentaram as vulnerabilidades da logística global: “Muitas cadeias de abastecimento estão a tornar-se progressivamente maiores e interconectadas, tornando-as suscetíveis a perturbações.” Neste cenário, deixa a nota de que as empresas têm de estar atentas ao modo como a situação evolui.