A gestão de risco na cadeia de abastecimento é um tema que está na ordem do dia tendo em conta as disrupções globais que têm ocorrido, desde questões geopolíticas a incertezas económicas. As empresas têm analisado novas estratégias para manter as suas operações em funcionamento, sendo uma delas o nearshoring, que consiste em localizar fornecedores e distribuidores que se encontrem mais perto do seu centro operacional, ou do destino final. No entanto, há alguns fatores a ter em conta.
Ainda que selecionar fornecedores regionais possa implicar custos iniciais mais altos, a redução do tempo de viagem pode gerar economias e mitigar riscos ambientais. A redução dos custos logísticos também consiste numa vantagem ao trazer os fornecedores para mais perto. Além disso, as relações com os fornecedores podem ser melhoradas se as diferenças culturais ou linguísticas forem menos propensas a apresentar obstáculos em reuniões ou discussões, e a supervisão do inventário é mais simples quando se torna possível comunicar com fornecedores cujas horas de trabalho coincidem.
Contudo, esta estratégia também acarreta alguns riscos. Os especialistas da Dun & Bradstreet, fornecedora global de dados e análises, alertam para que as empresas considerem sempre os potenciais riscos ao escolher um fornecedor nearshore, anuncia a Supply Chain Digital.
Risco geopolítico
Ter um fornecedor num país próximo não garante necessariamente que as suas condições de trabalho serão sempre estáveis. As empresas devem monitorizar o clima político, a segurança nacional, as relações entre os trabalhadores, a incerteza económica e as políticas monetárias.
Risco ambiental
Estão a ocorrer com mais frequência desastres naturais devido ao aquecimento global e consequentes eventos climáticos extremos, o que tem causado vários constrangimentos nas cadeias de abastecimento globais. Ao avaliar um potencial fornecedor nearshore, é importante entender o clima local, e se pode, ou não, interromper as operações e a entrega de mercadorias.
Conformidade regulatória
Atuar consoante as leis e diretrizes locais e internacionais pode ser um desafio. Assim, é importante procurar garantias de que um fornecedor nearshore está em conformidade com regulamentações de saúde e segurança, materiais tóxicos, entre outras.
Controlo de qualidade
Os padrões de fabrico podem diferir significativamente entre as regiões, bem como os limiares da satisfação do cliente. As organizações devem realizar verificações para garantir que os potenciais fornecedores podem atender aos padrões estabelecidos pelos seus próprios negócios, indústria e mercado.
Fatores competitivos
O nearshoring tem o potencial de aumentar a dependência de fornecedores que também são utilizados pela concorrência. Esse risco pode ser mitigado ao procurar por fornecedores alternativos.
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