A CodeOne tem apresentado uma taxa de crescimento anual do volume de negócios de 20,7% nos últimos cinco anos, com o número de clientes a aumentar 18,5% ao ano. Os dados foram avançados esta quarta-feira, em Lisboa, pelo CEO da empresa, Carlos Figueiredo, no âmbito do Customer Day.

A assinalar 20 anos, a CodeOne orgulha-se de manter muitos dos clientes iniciais, com uma taxa de fidelização de 87,8%. Orgulha-se, igualmente, como sublinhou Carlos Figueiredo, de trabalhar com sete das dez maiores empresas portuguesas.

Focada em serviços, tem no retalho e na logística os setores que mais pesam no negócio, ainda que, como realçou, estejam presentes em quase todos os setores que utilizam este tipo de soluções. São soluções de monitorização e rastreabilidade assentes, nomeadamente, nas tecnologias móveis, de RFID e de voice picking.

Não obstante este foco, o hardware corresponde a 55% do volume de negócios, o que é explicado pelo preço dos equipamentos.  A componente de suporte responde por 24%, enquanto o software é responsável por 19%.

Coube a António Guedes, Business Consultant, dar a conhecer, mais em pormenor, as várias componentes da atividade da CodeOne, uma empresa que disse ter a humildade no seu ADN, mas sem por isso deixar de ser ambiciosa.

Nestes 20 anos, verificou-se uma evolução do ponto de vista dos clientes e das soluções desenvolvidas, da indústria para o retalho, sendo que, não obstante o peso do hardware na faturação, a principal aposta é no software.  A propósito, deu como exemplo o voice picking, em que a empresa detém uma quota de mercado de 90%, com 7800 utilizadores.  No que toca à tecnologia de RFID, a CodeOne disponbiliza  400 mil tags por ano no mercado, rastreando, atualmente, 2500 paletes por dia. Outra área em que a empresa oferece soluções prende-se com a Internet das Coisas (IoT, na sigla inglesa) e a utilização de BLE – Bluetooth Low Energy para rastrear a temperatura de produtos em tempo real, em áreas como a alimentar e a saúde.

Sobre cada uma destas soluções pronunciou-se Daniel Oliveira, System Engineer, que apresentou as vantagens e os desafios que se colocam a cada uma delas. No caso do RFID, as principais aplicações envolvem a gestão de inventário, a rastreabilidade dos movimentos de artigos em armazém, bem como a conferência do produto, sem recurso a intervenção humana.

No que concerne o voice picking, é a solução adequada para tarefas em que existe alta repetibilidade, quando há necessidade de mãos livres para executar tarefas, bem como quando há necessidade de precisão e de rapidez. Adapta-se a ambientes dinâmicos, proporcionando segurança, na medida em que, além das mãos livres, o operador também tem os olhos livres, pois é guiado por voz.

Já o uso de IoT na monitorização de temperatura em tempo real permite abandonar as carrinhas de temperatura controlada, substituindo o transporte da mercadoria em caixas equipadas com sensores BLE. Deste modo, a temperatura é monitorizada da origem ao destino, com o controlo a fazer-se por via de um software que recebe essa informação.

E foi precisamente sobre o uso da IoT que neste Customer Day o IT Workplace Manager – BIT Sonae MC, Eduardo Brandão, deu o seu testemunho. Começou por falar de grupos estratégicos que estudam tecnologias direcionadas à deteção de produtos e à análise de rutura de stocks, entre outras. Foram feitas algumas experiências em loja para perceber os movimentos e as preferências dos consumidores, no entendimento de que há um hiato de conhecimento entre o momento em que entram e aquele em que finalizam a transação.

No que toca a projetos concretos, destacou o Continente Labs, uma loja sem caixas, que funciona como uma plataforma de e-commerce, assente nas tecnologias de analítica de vídeo, sendo que dispõe de 240 câmaras, e de prateleiras inteligentes, graças a 480 sensores e 1500 etiquetas eletrónicas.

Na mesma linha foi a intervenção do Business Development Leader da Honeywell, Bjoern Boehe, que partilhou a visão da empresa para os centros de retalho e distribuição. E um dado relevante prende-se com a implantação das soluções tecnológicas da companhia, sendo que 84% dos retalhistas alimentares em todo o mundo as usam. É o caso de algumas das insígnias nacionais como Jerónimo Martins e MC, mas também de outras presentes no mercado nacional, como Lidl e Mercadona, ou ainda El Corte Inglés e IKEA.

O último orador desta sessão promovida pela CodeOne foi o professor universitário e investigador Jorge Sequeira, orador motivacional especializado em contextos empresariais. Partindo do título do seu livro “Dar ao Pedal” em que estabelece um paralelismo com os atributos que as empresas devem ter para serem bem sucedidas – deixar as Desculpas, Autoconfiança, Resiliência, Atenção (foco), Objetivos, Positivismo, Equipa, Determinação, Autonomia, Liderança – Jorge Sequeira envolveu a audiência numa onda de contagiante boa disposição, sem deixar, contudo, com muito sentido de humor, de pôr o dedo em algumas feridas e promover a reflexão sobre competências comportamentais que a mente encerra e que são fundamentais à vida. Das empresas e das pessoas.

Fotografia: João Bizarro