Os produtores de chá do Sri Lanka condenaram recentemente uma ordem do governo para aumentar os salários em 70%, afirmando que isso tornará o chá menos competitivo a nível global, e reduzirá os ganhos em dólares essenciais para o país insular sair de uma crise financeira, avança a Reuters.

O governo ordenou que os salários dos trabalhadores fossem aumentados de 1.000 para 1.700 rúpias o que, de acordo com a indústria, aumentará os custos de produção do chá em 45%.

A escassez de divisas em 2022 causou uma prolongada crise financeira no país insular, que também atingiu a indústria do chá, tendo quadruplicado os custos de fertilizantes, combustível e energia, segundo a Associação dos Plantadores do Ceilão.

O porta-voz da Associação, Roshan Rajadurai, afirma que “isto é insustentável e injusto. Esta decisão foi tomada sem a devida consulta e resultará na queda da qualidade do chá do Sri Lanka”, acrescentando ainda que “os principais rivais do Sri Lanka, a Índia e o Quénia, têm preços mais baixos e maior produtividade”. De acordo com a Associação, este aumento salarial custará às empresas de plantação um adicional de 35 mil milhões de rúpias.

O Ministério do Trabalho do país insular indicou que o aumento salarial deverá ser aplicado a partir do próximo mês de junho, alertando que as empresas de plantação que se recusarem a cumprir poderão ser punidas pelo governo.

A indústria de 1.3 mil milhões de dólares que produz o chá no Sri Lanka, emprega cerca de 615.000 trabalhadores e exporta anualmente cerca de 95% dos 250 milhões de quilos de chá que produz.