A Unspun, empresa que desenvolveu a tecelagem 3D Vega, a primeira capaz de produzir vestuário em tecido diretamente a partir de fio, angariou quase 30 milhões de financiamento, de modo a reforçar as suas operações. Através deste, a empresa irá conseguir avançar com o crescimento da tecnologia, enquanto expande as suas operações na Europa e na América do Norte, avançou o Portugal Têxtil.
Segundo a Unspun, através da Vega, terão a capacidade de transformar milhares de fios em peças de roupa em minutos, permitindo uma produção quase sem desperdício, e até quatro vezes mais rápida e com menos utilização de recursos, nomeadamente de energia (-49%) e de água (-39%). Para além destes, também apresenta uma redução de 53% das emissões e do desperdício, que fica 3% abaixo da média de 15% da indústria.
A empresa tem vindo a assinar vários acordos com grandes retalhistas, para implementar as suas máquinas Vega nas produções localizadas na América do Norte e na Europa, respondendo a um aumento de procura por soluções de fabrico mais sustentáveis e eficientes, devido à pressão regulatória e à exigência de transparência e sustentabilidade nas supply chains por parte dos consumidores.
Relativamente às novas normas europeias limitadoras da produção e do desperdício, a empresa defende que “a produção local possibilitada pela tecnologia da Unspun oferece uma clara vantagem competitiva para o cumprimento”, e considera que “com este financiamento, a Unspun está a dar o primeiro passo para escalar rapidamente as suas operações através do licenciamento da sua tecnologia a parceiros de produção estabelecidos na Europa”.
Ao nível da sustentabilidade, esta tecnologia poderá ter um papel importante na circularidade, visto que a Unspun está a desenvolver técnicas que permitam a transformação de peças de vestuário novamente em fios, que podem ser reutilizados para a produção de novas roupas.
“O excesso de produção tem sido um tabu na moda. Agora, é reconhecido pelos principais fundos climáticos como uma questão fundamental a ser resolvida urgentemente na indústria”, defendeu Walden Lam, CEO da Unspun, “estamos impressionados com o entusiasmo e animados pela parceria com a DCVC, a Lowercarbon, a SOSV Climate, a Decathlon e muitos parceiros comerciais para escalar urgentemente a Vega e tornar local a produção de vestuário na América do Norte e na Europa”.
Milo Werner, general partner da DCVC, que se irá juntar ao conselho de administração da Unspun, considera que “a Unspun oferece um tremendo desbloqueio económico e logístico para a indústria da moda ao eliminar o dispendioso excesso de produção e encurtar radicalmente a cadeia de aprovisionamento. Acreditamos que é um bom negócio alinhar lucro e impacto climático e estamos entusiasmados por ajudar a Unspun a revolucionar a maneira como o vestuário é feito”.