Em 2023, o setor automóvel atingiu 5.357 milhões de euros em exportações na região Norte, o equivalente a 19,8% do total das exportações da região, superando os 4.435 milhões do setor têxtil. Este valor foi o mais alto de todas as fileiras identificadas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR Norte), divulgados na sexta-feira passada.

De acordo com o relatório da comissão, “o Norte assumiu um perfil exportador mais tecnológico e menos dependente ‘de fatores competitivos esgotados’”, destacando o papel da evolução de produtos inovadores e intensivos em I&D, como é o caso de indicadores de velocidade para veículos terrestres, componentes eletrónicos e produtos farmacêuticos, que totalizaram 1,2 mil milhões de euros de exportações em 2023. O relatório indica que estas áreas têm tido uma grande evolução, tendo em 2011 exportado 131 milhões de euros.

Os principais concelhos exportadores do Norte do país no setor automóvel foram Vila Nova de Famalicão (com 1.431 milhões de euros, ou 26,7%), Braga (13,3%), Vila Nova de Cerveira (10,8%), Bragança (10,8%) e São João da Madeira (8,2%).

No caso do setor dos têxteis e vestuário, os principais concelhos foram Guimarães (com 841 milhões de euros, ou 19%), Barcelos (16,7%), Vila Nova de Famalicão (13,1%), Santo Tirso (6,5%) e Braga (5,9%).

O boletim da CCDR Norte destaca que a região expandiu a presença no comércio internacional, oferecendo uma gama mais ampla de produtos diferenciados a partir de diferentes ramos de atividade. Em 2023, as cinco principais fileiras foram: automóvel; têxteis e vestuário; máquinas e equipamentos elétricos; metais comuns (com destaque para o ferro); e agroalimentar.

No caso do agroalimentar, a CCDR Norte destacou as áreas de bebidas, produtos agrícolas e produtos do mar, como peixes, crustáceos e moluscos, totalizando um valor de 2,1 mil milhões de euros em exportações.

A comissão apontou ainda 11 fileiras no Norte que reforçaram a sua competitividade internacional, e que entre 2011 e 2023 apresentaram taxas de crescimento superiores a três dígitos, tendo por base dados do INE:

  • Instrumentos de ótica, fotografia, medida e precisão (241,1%);
  • Produtos agrícolas (excepto vinho) (164,6%);
  • Mobiliário (exceto madeira e médico-cirúrgico), sommiers e colchões (144,6%);
  • Produtos farmacêuticos, instrumentos e mobiliário médico-cirúrgico (114,6%);
  • Plásticos e suas obras (111,3%);
  • Máquinas e material elétrico (111,2%);
  • Criação animal e dos produtos da carne (111,1%);
  • Peixes, crustáceos e moluscos (109,5%);
  • Vidro (106,4%);
  • Metais comuns (106,3%);
  • Produtos minerais e químicos (105,8%).

O crescimento geral observado no Norte entre 2011 e 2023 foi de 68,7%, sendo que estes setores se mantiveram acima deste limiar regional. Abaixo, a CCDR Norte destacou os crescimentos das fileiras dos têxteis e vestuário (+41,2%), e do calçado e produtos do couro (+22,0%), dois setores que representam uma proporção elevada do emprego industrial do Norte.