A Bombardier, fabricante de aviões sediada no Canadá, poderá considerar a possibilidade de efetuar fusões e aquisições se a pressão sobre a cadeia de abastecimento não diminuir, afirmou o Presidente e CEO Éric Martel durante uma conferência de resultados realizada em 25 de julho. 

 

Os construtores de aviões tiveram um ano turbulento, com a produção paralisada em várias cadeias de abastecimento, entre as quais a Boeing, que está a ser alvo de problemas de qualidade, e outras que enfrentam desafios de abastecimento.

Semelhante a outras operadoras, os ventos contrários em curso levaram a Bombardier a implementar planos estratégicos de mitigação para cumprir as suas metas de entrega. Quando se trata de fusões e aquisições, Éric Martel, presidente e CEO da companhia disse a analistas, na conferência de resultados realizada a 25 de julho, que a Bombardier comprou o negócio de sistemas de interconexão de fiação elétrica da Latécoère – que fabrica chicotes elétricos usados em aeronaves – em julho de 2023, como parte de uma iniciativa para otimizar e reforçar a sua cadeia de abastecimentos. “Portanto, continuaremos, se houver alguma pressão na supply chain, a considerar talvez fazê-lo mais uma vez”, disse Martel.

A disponibilidade de motores está a afetar a cadeia de abastecimento da Bombardier, explicou na mesma ocasião. Martel disse aos investidores que estão a trabalhar “muito de perto” com os fornecedores de motores – uma solução que a Bombardier tem vindo a implementar desde a pandemia. A Bombardier também implementou outras estratégias para evitar problemas de produção. No ano passado, por exemplo, o fabricante de aviões recorreu a uma equipa de especialistas para enfrentar os principais desafios dos fornecedores e das commodities, para além de ter transferido alguma produção para dentro de casa. Atualmente, a Bombardier está a enfrentar as mudanças na produção criadas pelas aquisições pela Boeing e pela Airbus das instalações e linhas de montagem da Spirit AeroSystems, com quem trabalhou em estreita colaboração durante “mais de três décadas” numa fábrica de Belfast, que a Bombardier vendeu ao fornecedor em 2020.

Martel disse aos analistas que a prioridade é que “o contrato existente seja mantido ao mais alto nível de qualidade e de entrega”. “É por isso que temos, regularmente, pessoas em Belfast a trabalhar nesta prioridade para garantir que o material continua a fluir, porque eles fizeram basicamente a maior parte da fuselagem do nosso avião”, acrescentou.