Os pneus são vistos como um patinho feio da sustentabilidade, mas, quer se goste ou não, estão presentes em todo o setor da distribuição. Representam entre 4% a 6% dos custos de uma frota, no entanto, estão intimamente ligados com os dois principais custos operacionais: o custo dos combustíveis e o custo com o pessoal.
É um produto que se desgasta com o rolar na estrada. A sua vida útil pode ser longa ou curta, dependendo da escolha no momento da compra, da manutenção que é feita e do que se faz quando o piso se gasta. Um pneu, depois de gasto, mantém 80% da sua estrutura intacta, e os 20% consumidos dizem respeito apenas à banda de rodagem.
Por que não aproveitar aquele pneu gasto para lhe dar uma nova vida? É aqui que entra o processo de recauchutagem ou renovação de pneus que, de uma forma simples, se define como um processo produtivo em que se prepara esse pneu gasto para se colocar um novo piso, e voltar à estrada.
Para que isso possa acontecer é necessário que, ao longo da sua primeira vida, exista um plano adequado de manutenção preventiva, que vai desde verificações periódicas da pressão dos pneus, verificação do desgaste, verificação do equilíbrio das rodas, até ao próprio alinhamento da viatura. Tudo isto influência a durabilidade da sua primeira vida e, consequentemente, o estado do pneu gasto para que possa ser renovado com qualidade.
Do ponto de vista ambiental, um pneu renovado reduz a necessidade de entrada de pneus novos, diminuindo o consumo de recursos naturais (petróleo e seus derivados, borracha natural, entre outros) e redução de emissões de gases comparativamente com a produção de pneus novos. Do ponto de vista económico pode representar uma poupança, custando cerca de 40% a 60% menos que pneus novos.
Do ponto de vista da segurança é um produto seguro e altamente controlado. Atualmente, todas as fábricas de renovação de pneus estão dotadas de equipamentos tecnológicos sofisticados de produção e controlo, e estão sujeitas a certificações e homologações técnicas rigorosas que lhe conferem segurança e garantia no produto final. Um pneu recauchutado pode atingir 75% da quilometragem de um pneu novo.
Os pneus são responsáveis por 20% do consumo de combustível. Desta forma, a escolha de um pneu não pode ser feita apenas pela marca ou pelo desenho da banda de rolagem. Há uma série de características técnicas que devem ser tidas em conta no momento da compra.
Algumas dessas características técnicas estão na etiqueta energética que todos os pneus possuem. A informação aí presente é:
1. Eficiência de consumo de combustível, que vai de A (mais eficiente) a E (menos eficiente) em que a diferença entre cada nível representa 0,1 litros a cada 100 quilómetros percorridos;
2. Aderência em piso molhado, que mede a capacidade de travagem de um pneu em piso molhado. Classifica também, numa métrica de A a E, em que a diferença de travagem entre cada classe pode chegar aos dois metros;
3. Ruído de rolamento, aqui é avaliado o ruido externo provocado pelo rolamento dos pneus, é medido em decibéis e vai da classe A (menos ruído) até à classe C (mais ruído).
Além destas características é necessário ter em consideração a tipologia da frota, os veículos que utiliza, trajetos percorridos e as cargas que normalmente transporta. Os pneus são a única peça de uma viatura que toca na estrada, e a sua correta utilização e manutenção são de extrema importância ambiental e económica.
David Laureano, administrador de Pneus do Alcaide