A GS1 Portugal apresentou o seu mais recente “Benchmarking Supply Chain” para o grande consumo. A 12.ª edição do estudo, que junta retalhistas e fornecedores, aponta a necessidade de maior colaboração e o foco na digitalização como desafios a vencer.

 

“O Benchmarking Supply Chain, que coordenamos há 12 anos consecutivos, evidencia a importância de uma constante colaboração entre retalhistas e fornecedores para melhorar a eficiência da cadeia de abastecimento em Portugal”, diz João de Castro Guimarães, Diretor-Executivo da GS1 Portugal e acrescenta: “O simples facto de se disponibilizarem para esta mútua avaliação, no âmbito deste estudo, há mais de uma década, é já um sinal nítido de atitude colaborativa. Nesta edição em particular, as diferenças nas prioridades assinaladas por estes dois elos fulcrais da cadeia de valor destacam a necessidade de comunicação cada vez mais eficaz e de um alinhamento estratégico.”

De facto, nesta edição, o relatório destaca um desfasamento significativo entre as prioridades dos retalhistas e a perceção dos fornecedores. Enquanto os primeiros se focam na precisão dos pedidos (quantidades, referências, prazos e validades), especialmente durante períodos promocionais, bem como na qualidade da mercadoria e numa comunicação eficaz, os fornecedores, por seu turno, atribuem maior importância à colaboração fluída com os retalhistas, à eficiência nos processos de descarga e administrativos, além da visibilidade sobre o stock. Esta divergência revela uma clara necessidade de melhorar a comunicação e o entendimento mútuos para otimizar a cadeia de abastecimento e promover uma relação mais eficaz entre os atores.

Outra conclusão importante relaciona-se com a eficiência das entregas durante períodos de maior procura, como épocas promocionais ou a altura do Natal, colocando a logística sob pressão para responder com rapidez e precisão. Adicionalmente, o estudo aponta para o aumento da importância da sustentabilidade, refletida no foco dos retalhistas na otimização do espaço das paletes. No entanto, projetos conjuntos de sustentabilidade entre retalhistas e fornecedores ainda são escassos, havendo claramente espaço para melhorias neste campo.

De modo geral e em síntese, o TOP 10 de importâncias mantém-se constante face ao ano anterior e muito focado em temas operacionais como as falhas nos pedidos, cumprimento das entregas dentro do tempo, cumprimento de validades e mercadoria em bom estado.

À semelhança do apurado no estudo do ano passado, o nível de serviço em promoções destaca-se como a questão mais importante do estudo, embora tenha descido a sua importância de um ano para o outro. O grupo “Sistemas de informação” diminui a importância relativa face ao ano anterior, passando a ser o terceiro grupo mais importante desta análise. Esta alteração está relacionada com o menor peso atribuído à questão sobre a etiquetagem GS1-128. Notou-se de um ano para o outro um aumento das avaliações médias nesta questão, o que indica que o tema está a ser trabalhado pelos fornecedores de forma mais assertiva.

A mercadoria danificada e as falhas nas entregas continuam a ser dos temas mais importantes e com avaliação média inferior dentro de todos os fornecedores avaliados nesta edição do estudo. É apontada a necessidade de trabalho contínuo nestes temas para uma maior eficiência no canal do retalho.

Os fornecedores têm vindo a melhorar a sua performance logística, o que se reflete pela melhoria da avaliação global pelo terceiro ano consecutivo. A eficiência das entregas em períodos especiais tem um destaque muito grande este ano, tendo escalado cerca de 20 posições no ranking de importância. É um tema relevante e em que, em média, os fornecedores estão bem avaliados.

Em entrevista com João de Castro Guimarães, Diretor-Executivo da GS1 Portugal, teremos oportunidade de abordar com mais detalhe a 12.ª edição do “Benchmarking Supply Chain”. Fique atento.