O segundo maior armador do mundo, Maersk, emitiu um alerta para a possibilidade de uma disrupção nas cadeias de abastecimento, devido à aproximação do Ano Novo Chinês, época em que as fábricas param a sua atividade e a atividade está mais limitada. Nesse mesmo sentido, também James Hookham, diretor do Global Shippers Forum, alertou para que, caso Donald Trump vença as eleições presidenciais dos EUA, serão impostas tarifas adicionais de importação chinesa, segundo avançou o The Loadstar.
No seu relatório sobre o mercado da América Latina, a Maersk destacou que o tópico do mês envolve um reforço de stocks, antecipando o Ano Novo Chinês, um dos feriados mais importantes da Ásia e que ocorre entre os dias 29 de janeiro e 3 de fevereiro. Este é um dos feriados que mais impacta as cadeias de abastecimento, devido à paragem das fábricas, reduzida mão de obra disponível e aumento de pedidos de bens, “o que pode criar bottlenecks e atrasos na supply chain”. A empresa considera ainda que “ao preparar-se com antecedência, poderá mitigar riscos e garantir um fluxo tranquilo de produtos para responder aos pedidos dos clientes”.
Ao mesmo tempo, a Maersk também considera que o Ano Novo Chinês apresenta oportunidades únicas para as empresas reforçarem as suas relações com parceiros e fornecedores, conseguindo uma maior confiança e credibilidade através da antecipação de riscos e de um planeamento proativo. “Essa preparação não só ajuda a evitar crises de última hora, como também posiciona as empresas para capitalizar o aumento no pós-feriado em produção e vendas. Na sua essência, preparar-se para o Ano Novo Chinês não é apenas gerir riscos, mas também aproveitar o período de férias para aumentar a resiliência da cadeia de abastecimentos e impulsionar o crescimento”, aponta ainda.
A esta situação acresce o alerta de James Hookham, para que, na eventualidade de Donald Trump vencer as eleições presidenciais americanas, serão aplicadas novas taxas à importação e exportação chinesa, o que deverá coincidir com as festividades asiáticas: “se isso ocorrer [Trump vencer as eleições], tal como prometeu, irá aplicar grandes taxas nas importações chinesas, que deverão ter efeito por volta do final do feriado”.
O diretor do Global Shippers Forum considera que as empresas devem reforçar os seus stocks rapidamente, antecipando a possibilidade de estas tarifas entrarem em vigor, recordando que esta época já é de forte atividade, mas que dezembro e janeiro serão meses mais intensos.
Algumas fontes também já indicam que comerciantes dos EUA já têm reforçado as suas exportações com a China, como é o caso de fornecedores de soja, antecipando as tarifas às exportações, enquanto a China já tem estado a procurar fornecedores alternativos aos EUA.