Em setembro de 2024 verificou-se um crescimento nas exportações e importações de bens, registando variações homólogas nominais de +5,1% e +3,3%, respetivamente. Face a setembro de 2023, destacaram-se as exportações e importações de Material de transporte (+20,1% e +28,0%, respetivamente).

O défice da balança comercial atingiu 2 371 milhões de euros em setembro de 2024, apresentando uma diminuição de 33 milhões em termos homólogos. Sem contar com os Combustíveis e lubrificantes, o défice aumentou 433 milhões, para 2 054 milhões de euros.

De recordar que, em agosto de 2024, as exportações tinham decrescido 1,9% e as importações aumentado 1,1%, o que representa um forte crescimento para o nono mês.

Relativamente aos mercados, as exportações para a UE cresceram 3,4%, registando uma quota de 71,2% nas exportações totais. Espanha foi o principal destino das exportações portuguesas de bens, com uma quota de 25,7%, seguindo-se a Alemanha, com 12,6%, e França, com 12,3%.

No caso das extracomunitárias, com os restantes 28,8%, registaram um aumento de 0,6%, onde se destacam os EUA e o Reino Unido, com quotas de 6,7% e de 4,6%, respetivamente, sendo os quarto e quinto principais clientes em termos globais.

Ao nível das importações, as compras à UE representaram 74,1% do total, tendo crescido 0,7%, enquanto os países terceiros, com os restantes 25,9% da importação total, tiveram uma variação de 0,5%.

Espanha foi o principal fornecedor de Portugal, com uma quota de 32,9%, seguindo-se a Alemanha, com 11,6%, e a França, com 7,1%. O principal fornecedor extracomunitário foi a China, representando um peso de 4,9%, o sexto maior fornecedor a nível global.

Destacaram-se ainda os aumentos nas importações de França (+334,7 milhões de euros, com uma Taxa de Variação Homóloga (tvh) de 6,3%), Azerbaijão (+330,9 milhões de euros, tvh 106,6%) e Turquia (+250,6 milhões de euros, tvh de 28,4%).

Apesar de ser o nosso principal fornecedor, Espanha apresentou uma diminuição de 1,8%, com menos 486,6 milhões de euros importados deste mercado. O Brasil foi também um mercado que apresentou um decréscimo para as importações portuguesas, com menos 333,5 milhões de euros (tvh -11%), bem como o Congo, que apresentou uma tvh de -99,1% nas importações portuguesas, o equivalente a 237,1 milhões de euros.

Para as importações, salienta-se ainda o aumento dos Fornecimentos industriais (+10,7%) e o decréscimo de Combustíveis e lubrificantes (-38,4%). Excluindo estes últimos, registou-se um acréscimo de 5,0% nas exportações e de 9,7% nas importações durante este período.

De acordo com o Eurostat, Portugal foi o 16º exportador da UE27 durante os primeiros oito meses de 2024, com uma quota de 1,2% das exportações totais comunitárias. Ao nível das importações, foi o 15º país importador, com uma participação de 1,7%. Portugal apresentou um crescimento homólogo de 0,4%, enquanto o conjunto da UE registou uma variação de -4,6%.

Setor automóvel
Segundo os dados revelados pela Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), com base nas Estatísticas do Comércio Internacional de Bens, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações do setor de componentes automóveis registaram uma quebra de 4,4% em setembro, quando comparado com o mês homólogo.

O valor das exportações de componentes automóveis situou-se nos 1.000 milhões de euros, representando 14,7% do total das exportações de bens transacionáveis de Portugal.

A AFIA destaca que, embora tenham apresentado uma quebra, estas “continuam a ter um peso significativo nas exportações nacionais”, tendo o acumulado até setembro representado cerca de 8.800 milhões de euros, uma diminuição de 3,9% face ao mesmo período de 2023.

Espanha permanece a ser o maior comprador, com 28,0% dos componentes fabricados a nível nacional, seguindo-se a Alemanha (23,9%) e a França (8,2%).

“Este ligeiro abrandamento na queda pode indicar uma esperança na estabilização do mercado, embora o setor continue a enfrentar desafios significativos num contexto económico global complicado”, destaca a associação.