Na passada terça-feira foi inaugurado o Centro de Distribuição Nacional (CDN) da Leroy Merlin, um espaço de 105.500 metros quadrados cobertos localizado em Castanheira do Ribatejo, a poucos quilómetros de Lisboa. Este espaço colossal reflete um investimento de 120 milhões de euros para a Montepino e de 8 milhões para a Leroy Merlin.

O novo centro de distribuição, anunciado em 2019, é composto por 10 células operacionais especializadas, onde se encontram cinco operações distintas, um espaço com 12 metros de pé alto e 112 cais que assinala um marco na expansão da sua capacidade logística em Portugal.

“Este centro de distribuição não é apenas uma infraestrutura moderna. É um espaço que reflete o nosso compromisso com o bem-estar e a segurança dos nossos colaboradores”, afirma José Miranda, diretor de supply chain e delivery da Leroy Merlin, “criámos um ambiente onde as equipas podem trabalhar com conforto, segurança e motivação, porque acreditamos que colaboradores valorizados geram resultados extraordinários”.

Durante o seu discurso, foram destacados três pontos: as pessoas, a segurança e a sustentabilidade. Ao nível das pessoas, os seus colaboradores e os clientes foram o motor e a bússola para o arranque e a direção que o projeto tinha de tomar. A segurança foi, por sua vez, apontada como um pilar importante para as pessoas que trabalham no CDN. Por fim, a sustentabilidade teve um grande destaque devido à grande preocupação que houve durante a construção do projeto, tornando-se um marco de sustentabilidade para o país, ao ser um dos poucos edifícios a receber a certificação LEED Platinum a nível nacional, concedido aos edifícios que apresentam os mais altos padrões de eficiência energérica, uso responsável de recursos e impacto ambiental reduzido.

“Este edifício tem a certificação LEED Platinum, o que orgulhosamente nos confere a sua qualidade ambiental, que reconhece o esforço que imputamos na construção do centro logístico segundo critérios ambientais rigorosos”, explica José Miranda, “investimos em soluções ecológicas, desde luz eficiente de energia, painéis fotovoltaicos, carregadores elétricos, portas de cais com vidro, potenciando a luz exterior, paredes interiores brancas e até a gestão responsável de recursos, alinhando as nossas operações aos mais altos padrões de eficiência energética e sustentabilidade”.

Presentes na inauguração estiveram ainda o Ministro da Economia, Pedro Reis, e Fernando Paulo Ferreira, presidente da câmara municipal de Vila Franca de Xira, bem como os parceiros do projeto, Joan Carles Aguado, country manager iberia da GSE – Global Services & Engineering, Alberto Ramos, country manager Bankinter Portugal, acionista da Montepino.

 

“O que nós vemos aqui é muito para além de uma área brutal de armazém, é muito para além de pés direitos, é muito para além de uma solução de logística altamente inteligente, é muito para além de compromisso (…) o que se vê aqui é inovação”.

– Pedro Reis, Ministro da Economia

 

“O novo Centro de Distribuição Nacional vem permitir dar um passo em frente naquilo que tem sido o nosso serviço e garantir uma melhoria sem precedentes na experiência do cliente, mas também do colaborador, pelo que não podíamos estar mais felizes”, reforça José Miranda, “a inauguração do CDN é uma celebração dos nossos valores, das nossas conquistas e do caminho que queremos traçar para o futuro. É ao mesmo tempo uma oportunidade para reforçar a imagem da LEROY MERLIN como uma empresa inovadora, sustentável e comprometida com o desenvolvimento do país”.

Uma ferramenta fundamental para o cliente
Em entrevista à Supply Chain Magazine, José Miranda explica que em 2019, quando uniram as marcas Aki e Leroy Merlin, ambas pertencentes ao Grupo ADEO, as lojas duplicaram, duplicando também a faturação. “Todos os sistemas que estavam a ser utilizados pelo Aki não puderam ser utilizados pela Leroy Merlin, então nós naturalmente tivemos de fazer e desenhar um plano estratégico do ponto de vista operacional para 2023, onde estava prevista a construção de uma nave desta dimensão”, explicou o diretor de supply chain e delivery. Com a pandemia, o projeto teve de ser adiado para 2025, tendo continuado tudo o resto a funcionar. “Neste momento é fundamental para o cliente Leroy Merlin que nós tenhamos a capacidade de ter uma ferramenta destas para servir mais rápido, para servir melhor, para ter uma maior extensão de gama disponível ao cliente”.

José Miranda considera serem uma empresa human first, pois “é graças às pessoas que nós conseguimos ser o que somos hoje”, pela forma como conseguem atender e cativar os clientes, e como tal, proporcionam-lhes “condições para que as pessoas possam ser felizes”, como ginásio, médico, osteopata, e questões mais básicas para que as pessoas se sintam bem no local de trabalho.

Nesse mesmo sentido, também trabalham a segurança para as pessoas e bens, protegendo os seus ativos com questões de ergonomia ou paletização, através de EPI, como cintas, coletes, botas ou braços para apoiarem os colaboradores a movimentar grandes volumes. “São tudo situações que nós, caso a caso, trabalhamos com detalhe e em detalhe, para que afete minimamente os nossos colaboradores”, defende.

Ao nível da sustentabilidade, “a certificação LEED Platinum significa que todos os materiais utilizados são materiais que causam pouco impacto no ambiente”. Ao nível das infraestruturas, várias foram as medidas adotadas ao nível da eficiência energética e reaproveitamento de luz natural, destacando que tudo foi trabalhado no sentido de conseguirem esta certificação.

“A estratégia daqui para a frente será uma estratégia sempre de crescimento saudável, crescimento dos colaboradores, ao nível da sustentabilidade e, acima de tudo, termos a capacidade de ir ao encontro daquilo que são as expectativas dos nossos clientes”, explica José Miranda.

Um dos focos que têm de trabalhar para os próximos anos, e que será suportado pelo Centro de Distribuição Nacional, é a entrega. “É aí que está um dos nossos pain points, nomeadamente ao nível dos lockers, da redução de lead times, ou de outros fatores que nos consigam diferenciar perante a concorrência”, considera o responsável.

“O cliente é cada vez mais exigente, mais cómodo, que preza cada vez mais a sua vida familiar, e nós, naturalmente, temos de ir ao encontro daquilo que são as expectativas do cliente”, conclui José Miranda.