A queda do consumo de componentes automóveis na Europa é um motivo que está a preocupar José Couto, presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), tendo considerado que as empresas desta área poderão ter de se ajustar.
Em declarações à Lusa, o responsável avançou que deverá ser esperada uma quebra nas vendas de “4 a 5% até ao final do ano”, uma vez que “98% da atividade dos componentes, direta e indiretamente, é para exportação”.
“As nossas exportações até outubro mostram que estamos a manter o posicionamento na Alemanha, em termos dos construtores. Estamos a crescer nas exportações para a Alemanha, mas estamos a cair em França e em Espanha.” José Couto antecipa uma repercussão negativa nas vendas deste ano, uma vez que o maior mercado é o espanhol, seguido do alemão.
“Um problema na Europa na indústria automóvel terá, obviamente, repercussões em Portugal, porque somos produtores de componentes para a indústria automóvel, isto é, se não se venderem automóveis, não haverá produção de componentes.” Desta forma, defende que as empresas portuguesas de componentes automóveis, devem continuar a ganhar relevância junto dos clientes.
“Sempre que os construtores lançarem um automóvel, nós queremos estar na linha da frente como fornecedores diretos e indiretos. Portanto, a nossa preocupação é continuarmos a ser competitivos. Temos que, provavelmente, ajustar a atividade e a capacidade de produção que existe neste momento no nosso país.” O presidente da AFIA refere que as empresas portuguesas estão prontas para oferecer tanto veículos elétricos, como a combustão.
Quanto ao ano de 2025, segundo José Couto, “as empresas encontram-se neste momento a construir os seus orçamentos, que estão dependentes daquilo que é a informação dos seus clientes”. No entanto, sublinha que “a informação dos clientes não tem previsões muito positivas, portanto, a nossa expectativa é que o mercado para o ano possa estar muito idêntico ao deste ano”.
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