Um convite a repensar a relação com o consumo. E uma janela aberta ao conhecimento da supply chain. É assim “Logistics”, um filme experimental sueco que responde a uma questão básica: “De onde vêm as coisas?”. A resposta é longa – são 857 horas, ou sejam 35 dias e 17 horas.
As primeiras oito horas foram exibidas no auditório da Escola das Artes da Universidade Autónoma, no dia 14 de dezembro, numa iniciativa do Cinema Círculo, que se propõe promover o pensamento crítico através de obras que não passam, habitualmente, nas salas de cinema. E pode ser visto na íntegra aqui.
O filme é de 2012, mas foi em 2008 que começou a germinar a inquietação que lhe deu origem, quando Erika Magnusson e Daniel Andersson se questionaram sobre a origem dos aparelhos eletrónicos. A partir daí, desenvolveram a ideia de seguir o ciclo de produção de um pedómetro, por ordem cronológica inversa, desde a loja até ao fabrico.
A viagem começa, assim, numa loja de Estocolmo, prosseguindo, ainda na Suécia, por Insjön, Gotemburgo, Bremerhaven e Roterdão. Passa, depois, por Algeciras e Málaga, ambas em Espanha, e termina na província chinesa de Shenzhen, mais concretamente em Bao’na, onde se localiza o produtor.
Com financiamento da Innovativ Kultur Foundation, “Logistics” foi filmado em tempo real, o que explica a duração. Da distribuição à produção e à obtenção das matérias-primas, proporciona uma visão sobre as cadeias de abastecimento globais e todo o sistema que suporta os bens de consumo.